Bahia

Três presos da Bahia são aprovados na Ufba pelo Sisu

21/01/2016 - 10h48

Detentos estudando

Três detentos do sistema prisional baiano foram aprovados na primeira lista da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Eles cumprem pena na Penitenciária Lemos Brito (PLB), no Presídio Salvador e no Conjunto Penal de Vitória da Conquista e se destacaram com altas notas na redação. Ao todo, 163 presos se inscreveram no Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

O Sisu utiliza a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como critério de seleção para universidades.

A maior nota em redação do sistema prisional foi de um interno de 28 anos, do Presídio Salvador, com 920 pontos. Ele foi aprovado para cursar Língua Estrangeira Moderna ou Clássica. O jovem participa de atividades laborativas dentro da unidade.

A segunda melhor nota foi de outro detento, de 35 anos, aprovado com 860 pontos na redação. Ele participou como ouvinte das aulas oferecidas pela penitenciária como forma de revisar os assuntos e se preparar para a concorrência do Enem, já tinha concluído o ensino médio. Ele foi aprovado para dois cursos na Ufba, Letras Vernáculas e Ciências Contábeis.

Sílvio Silva de Oliveira (27), foi aprovado para o curso de Ciências Biológicas da Ufba e tirou 780 pontos na redação. No Conjunto Penal de Vitória da Conquista, no sudoeste do estado, o interno concluiu o 2º grau por meio da Comissão Permanente de Avaliação (CPA) oferecida na unidade, onde se tornou monitor de educação. Para ser aprovado no Enem, Sílvio recebeu a ajuda voluntária do professor Adão Albuquerque.

De acordo com o governo, o número de aprovados ainda pode aumentar com a divulgação da segunda chamada do Sisu. Na Bahia, 913 detentos se inscreveram no Enem.

O direito ao estudo é garantido pela Constituição Federal, pela Lei de Execução Penal (LEP), pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394) e pelo Plano Nacional de Educação (PNE). O estudo é também válido para a remição da pena. A cada 12 horas de estudo, um dia é reduzido da pena a cumprir.


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