Bahia

Vingança: pastor planeja e mata ex-colegas de igreja após perder fiéis

21/01/2016 - 12h39

Marcilene Oliveira Sampaio, Ana Cristina,  Carlos Eduardo de Souza,  Fabio de Jesus Santos, Adriano Silva dos Santos e Edmar (10)

Um pastor é suspeito de ter encomendado e participado do assassinato da também pastora e professora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Marcilene Oliveira Sampaio e da prima dela Ana Cristina, cujos corpos foram encontrados na manhã desta quarta-feira (20).

O crime ocorreu na cidade de Vitória da Conquista, região sudoeste da Bahia. A informação foi divulgada pela Polícia Civil durante uma coletiva à imprensa. Os dois homens já presos são apontados como executores. O pastor está sendo procurado.

De acordo com a polícia, o crime teria sido motivado por vingança após as vítimas, que eram colegas do pastor suspeito, terem saído da igreja dele depois de um desentendimento para fundar uma nova e levado a maioria dos fiéis.

“O crime foi motivado por vingança, após as vítimas terem fundado outra igreja. O pastor foi o mandante e também executor”, afirmou o delegado Marcus Vinícius, titular da 10ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin/Vitória da Conquista).

Marcilene Oliveira Sampaio, Ana Cristina,  Carlos Eduardo de Souza,  Fabio de Jesus Santos, Adriano Silva dos Santos e Edmar (8)

O marido da professora morta, Carlos Eduardo de Souza, que, assim como a companheira, também é pastor, era outro alvo dos criminosos, mas conseguiu escapar do carro em que estava quando sequestrado pelos suspeitos depois de provocar um acidente.

A professora Marcilene Oliveira Sampaio, o marido e a prima tinham acabado de sair da igreja, na noite de terça-feira (19), e estavam a caminho do sítio onde moram quando o carro em que estavam apresentou um defeito na estrada que liga ao município de Barra do Choça.

Carlos Eduardo disse à polícia que desceu do veículo e abriu o capô para verificar o que tinha acontecido quando foi abordado por três homens que chegaram em outro carro. Entre os suspeitos estava o pastor apontado como mandante do crime.

Segundo a polícia, a intenção dos criminosos era matar toda a família no sítio em que as vítimas residiam. A suspeita é de que Marcilene e os parentes já estavam sendo seguidos desde o momento em que deixaram a igreja.

Marcilene Oliveira Sampaio, Ana Cristina,  Carlos Eduardo de Souza,  Fabio de Jesus Santos, Adriano Silva dos Santos e Edmar (2)

Conforme a polícia, ao perceberem as vítimas paradas na estrada, os suspeitos decidiram agir. Carlos Eduardo foi colocado dentro carro dos suspeitos e seguiu pela estrada com um dos criminosos. O outro suspeito e o pastor ficaram ao lado da professora e da prima dela às margens da rodovia. As duas mulheres foram mortas em seguida a pedradas.

De acordo com a polícia, o marido de Marcilene, que estava no banco de passageiro sob a mira de um revólver, foi agredido várias vezes ao longo do trajeto pelo suspeito. No entanto, ao perceber que iria ser morto, Carlos se jogou na direção do veículo, que acabou colidindo em outro que trafegava pela rodovia. Carlos conseguiu abrir a porta e escapar pelo mato. Em seguida, acionou a polícia.

Um dos suspeitos, Fabio de Jesus Santos (34 anos), foi preso por policiais militares minutos depois do acidente provocado por Carlos. Segundo a polícia, Fábio confessou participação na ação, mas disse apenas ter dirigido o carro.

Segundo a polícia, o suspeito também apontou quem seriam os demais comparsas: Adriano Silva dos Santos (36 anos), e o pastor de prenome Edmar.

Adriano, que teria matado Marcilene e a prima dela com Edmar, foi preso na manhã desta quarta, confessou participação no crime e apontou o pastor como mandante.

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Universidade lamenta morte

Marcilene Oliveira Sampaio também era professora do curso de letras da Universidade Estadual da Bahia (Uneb).

Segundo a instituição de ensino, ela também já atuou como diretora do Departamento de Ciências Humanas e Tecnológicas (DCHT) do Campus XX da Universidade, em Brumado.

Marcilene era mestre em Linguística pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e iniciou a carreira na Uneb em 2004.

A Reitoria da UNEB informou que presta solidariedade a familiares e amigos de Marcilene. Disse ainda que espera que a apuração das circunstâncias da morte seja realizada e concluída com celeridade.

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