‘Temos informações de um suspeito’, diz delegada sobre caso Beatriz
Uma coletiva de imprensa foi realizada nesta sexta-feira (11), em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, para falar sobre os avanços das investigações do caso da criança Beatriz Angélica Mota (7 anos).
A criança foi assassinada na noite desta quinta-feira (10), durante uma solenidade de formatura no colégio Nossa Senhora Auxiliadora, no Centro da cidade. A vítima, estudava no colégio e era filha do professor de Inglês Sandro Romildo, que leciona na instituição. O corpo da menina está sendo velado no SAF em Juazeiro – BA e será sepultado no distrito de Lagoa da Pedra, Zona Rural da cidade baiana.
Segundo a delegada Sara Machado, responsável pelo caso, uma força tarefa foi montada para solucionar o homicídio, com o auxílio da 1ª Delegacia de Polícia, da 214ª Delegacia de Polícia, de agentes da Polícia Federal e do 5º Batalhão de Polícia Militar (5º BPM). Mas, apesar de evoluir nas investigações, não foi divulgado o nome de nenhum suspeito.
“A gente ainda não está divulgando as linhas de investigações para não comprometer o trabalho que vem sendo realizado. Alguns suspeitos ou pessoas que foram vistas nas imediações foram descartadas, após o depoimento e o não reconhecimento. E, as demais linhas, a gente não pode divulgar. Não temos ainda uma motivação certa. Estamos investigando. Então, seria precipitado informar algo nesse sentido. Até o momento a gente não tem conclusão quanto a autoria ”, relatou a delegada.
Sobre a forma como a criança foi levada até o local onde o corpo foi encontrado, a polícia suspeita que a menina tenha se distraído e ido na direção de um bebedouro, que fica próximo ao acesso do depósito onde Beatriz foi encontrada.
Para ajudar nas investigações, imagens das câmeras de segurança da escola, assim como de locais da vizinhança e de pessoas que estavam participando da festa estão sendo analisadas pela equipe de investigações. Mas, segundo a polícia, até o momento não existe uma informação conclusiva.
Evidências
Entre as provas recolhidas pelo Instituto de Criminalística (IC), está a faca, encontrada cravada no corpo da criança.
“Todos os procedimentos foram providenciados. O IC fez um levantamento do local vendo possíveis estruturas físicas que possam ter algum tipo de impressão digital e material genético que pode ter sido dispensado no local como cabelo, resto de pele. Tudo isso está sendo analisado pelo IC que tem mais propriedade para falar do assunto”, ponderou Sara Machado.
De posse de informações sobre um homem, com vestimentas que não eram de festas e que foi visto no local, a delegada esclareceu que a participação no crime foi descartada.
“Fizemos a identificação de uma pessoa com essas características. É uma linha que a gente começa a descartar e trabalhamos com um segundo suspeito, onde nos passaram as características e aí sim estamos em busca dessa nova pessoa”, disse a delegada.
A delegada enfatizou ainda que mesmo com toda a equipe em campo e envolvida na investigação, não é possível dizer quando o crime será solucionado.
“A gente não trabalha com a previsão na elucidação, até porque nossa intenção não é trazer um culpado. Queremos trazer quem realmente cometeu o crime. Então, toda precipitação, agindo no calor da emoção, pode vir a comprometer inocentes e é exatamente isso que o trabalho da polícia visa afastar”, argumentou.
Laudo do IML
O laudo da perícia do IML apontou que a causa da morte foi por hemorragia externa e interna, provocada por uma faca. E, devido a forma brutal como a criança foi assassinada, a polícia trabalha com a possibilidade de vingança.
“Nada está sendo descartado no momento. Até porque, pelas condições da vítima, a gente sabe que não teve violência sexual. Não há indicativo se quer de que teve tentativa de violência sexual e o que se sabe por conta disso, é que a intenção específica era de matar. Então, nenhuma motivação, nessa intenção de matar é descartada.”, pontuou Sara.
Boatos
Sobre os boatos que estão circulando pela internet, onde apontam três possíveis suspeitos para o crime, a delegada informou que as notícias são falsas.
“Não existe nenhuma informação oficial da Polícia Civil que é competente para investigar o caso, sobre autor e motivação do delito. Então, pedimos as pessoas que não divulguem fotografia, que não divulguem informações de suspeitos, porque essas informações não condizem com as investigações e isso está colocando em risco pessoas inocentes”, destacou a delegada.
Por Taisa Alencar/G1 Petrolina