Educação

Faculdade Pitágoras não oferece segurança; homem finge ser aluno durante três meses e aplica golpe em colegas

24/05/2013 - 11h29

Mistério em faculdade teixeirenseFaculdade Pitágoras não oferece segurança (1)

Homem finge ser aluno durante três meses e aplica golpe em colegas

Teixeira de Freitas – Nas últimas semanas fomos procurados por estudantes da Faculdade Pitágoras de Teixeira de Freitas que relataram sentirem-se inseguros na instituição devido ao que explicaram como facilidade de acesso que pessoas de fora do ambiente escolar têm em relação às salas de aula.Faculdade Pitágoras não oferece segurança (2)

Foram relatadas supostas invasões, no entanto, somente o caso ocorrido na quarta-feira (15/5) tem registro policial. Entenda a queixa dos discentes da referida faculdade:

Na quarta-feira (15), Moisés Gonçalves Bonfim foi ao Complexo Policial de Teixeira de Freitas e registrou boletim de ocorrência relatando ter sido roubado. Segundo ele, os ladrões teriam levado um valor de R$ 5.000,00, que ele havia acabado de tirar do caixa eletrônico. Na ocorrência, não fala que ele sofreu algum tipo de violência. Ele se dizia estudante da Pitágoras, do curso de engenharia.Faculdade Pitágoras não oferece segurança (3)

No dia 19 (domingo), por volta das 16 horas, estudantes da mesma instituição, também do curso de engenharia, sala de Moisés, foram até a delegacia fazer uma ocorrência contra ele, depois que descobriram que, embora Moisés frequentasse a sala de aula, já há três meses, ele, sequer, era matriculado na Pitágoras.Faculdade Pitágoras não oferece segurança (4)

Moisés, segundo relatos dos colegas, se dizia formado em direito, e foi conquistando a confiança de todos até se tornar líder da turma. A partir daí, começou a ficar responsável por assuntos financeiros e já queria começar a planejar a formatura, sugeriu até a abertura de uma conta em seu nome, em que os alunos depositariam mensalmente um valor para a formatura, que só será daqui a aproximados 5 anos.Faculdade Pitágoras não oferece segurança (5)

Logo no início, ele recolheu o dinheiro dos alunos para, supostamente, fabricação das camisas da turma. Então, quando ele juntou a quantia de R$ 2.180,00, telefonou para alguns colegas de sala dizendo que tinha sido roubado. Ocasião em que os alunos procuraram a secretaria e souberam que ele não era estudante. Apesar de estar frequentando as aulas, fazendo provas, não havia um só documento de registro do Moisés na instituição.Faculdade Pitágoras não oferece segurança (6)

Alguns dados sobre o Moisés carecem apuração, por serem obscuros: dentre as coisas a esclarecer está o fato de ele ter alegado que já era formado em direito, mas, na verdade, segundo o que ele colocou no boletim de ocorrência, não possuí nenhuma formação superior e trabalha numa empresa concessionária de veículos em Teixeira de Freitas.

Outra coisa é sobre a quantia roubada: primeiro alegou ter sido cinco mil reais, porém, quando voltou à delegacia, no domingo (19/5), para fazer outra ocorrência contra o repórter Tiago Ramos, o primeiro a falar sobre o caso, ele disse que tinham roubado menos que a metade do valor que ele afirmara anteriormente. O acusado também se contradiz sobre a profissão (ora diz ser auxiliar técnico, ora ser técnico em segurança no trabalho) e há divergências ainda nos endereço dos dois boletins de ocorrência.

O fato causou espanto nos alunos, principalmente pelo fato de uma pessoa que nem matriculada era, conseguir ficar tanto tempo assistindo as aulas, fazendo provas, tendo um cotidiano igual aos dos acadêmicos. Indagamos aos alunos como é feito o registro de quem está em sala de aula e nos revelaram que passam uma lista em branco, em que as pessoas presentes na aula assinam.

Em entrevista, um dos alunos da turma lesada, que está entre os que registraram a queixa contra Moisés na delegacia, diz que o Moisés não apareceu na turma após o suposto roubo. Uma aluna falou de outras ações de Moisés, em que ele dizia que iria abrir um escritório de advocacia e cobrava o valor de R$ 50,00 para receber os currículos de pessoas interessadas em trabalhar para ele.

Procuramos a diretoria da instituição para falar sobre o caso e sobre as medidas de segurança que a faculdade toma e/ou vai tomar para que os invasores, estelionatários e outros tipos de pessoas mal intencionadas não roubem ou prejudiquem mais acadêmicos, mas, a assessoria de imprensa da Rede Pitágoras, em São Paulo, nos procurou e disse que o diretor da instituição na cidade tinha outros compromissos e não poderia dar entrevista até o fechamento desta matéria.

Contatamos ainda Moisés Gonçalves Bonfim para saber como ele conseguiu estudar por tanto tempo na faculdade sem mesmo haver se matriculado, e sobre o suposto roubo do qual foi vítima, todavia, ele não quis conceder entrevista antes de conversar com o advogado, mas, disse que estará devolvendo o valor à turma ainda essa semana.

Por Petrina Moreira Nunes / Jornal Alerta.


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