Educação

Mensalidade de pré-escolas sobe mais que ensino superior

19/02/2013 - 19h38

Com menos concorrência, as escolas que oferecem cursos de pré-escola e ensino fundamental e médio conseguiram reajustar em nível mais alto suas mensalidades do que as de ensino superior, mostram dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas) levantados a pedido da Folha.

As escolas particulares alegam aumento de custos, mas especialistas dizem que o aumento da renda das famílias permite repasses maiores.

Já a competição entre faculdades e universidades e a grande abertura de vagas no ensino superior –muitos deles à distância e outros de curta duração e com preços menores– inibem os aumentos dessas instituições.

Os cursos superiores subiram, em média, 6,40% em janeiro deste ano, enquanto os de pré-escola, fundamental e médio tiveram aumentos maiores: 10,10%, 9,81% e 9,72%, respectivamente.

O material escolar também aumentou mais neste ano –1,36% em janeiro, contra 0,76% em igual mês de 2012.

André Braz, economista da FGV, diz que janeiro “concentra quase que a totalidade dos reajustes do grupo educação”. É quando as matrículas são renovadas e aplicados os reajustes –que, por lei, só podem ocorreu uma vez ao ano.

Pela primeira vez a FGV pesquisou em separado o preço do livro didático e constatou uma alta de 3,94%, superior à de artigos de papelaria.

Na média, o grupo educação registrou inflação de 6,58% em janeiro de 2013, numa variação próxima à de 2012 (6,79%).

Para o economista Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio, os colégios têm obtido aumentos maiores graças à renda mais elevada das famílias. “Assim como todos os serviços, a educação sobe acima da inflação média”, afirma. Braz faz a mesma avaliação.

O economista da PUC-Rio afirma, porém, que “a profusão de cursos superiores nos últimos anos” ampliou a concorrência, impedindo aumentos maiores nessa categoria.

DISPARIDADE

Além de subirem menos, muitos cursos de graduação são mais baratos do que colégios em áreas nobres. Jonatas Rocco, por exemplo, paga R$ 360 de mensalidade num curso de gestão ambiental em Niterói (RJ), enquanto Ana Campos desembolsa R$ 1.313 na escola da filha em Copacabana (zona sul do Rio).

Amábile Pácios, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, diz que o setor sofre com o aumento de custos e elevada inadimplência –de 8%. Segundo a executiva, os salários de professores tiveram ganho real (acima da inflação) de 1,5% a 2%, o que explica parte do aumento das mensalidades.

Também subiram, diz, aluguel, água, energia e manutenção, que podem ser repassados para a tarifa.

Fonte: Folha de São Paulo


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