Educação

UFSB em Teixeira de Freitas formará 80 médicos em 2021; um sonho realizado

21/07/2020 - 14h32Por: Franedir Gois/O Povo News

O Campus Paulo Freire da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), em Teixeira de Freitas, iniciou seus cursos de Medicina e Psicologia em setembro de 2014. Com a inauguração da 1ª turma de Medicina e Psicologia em 2014, se tornou realidade um sonho que vinha sendo acalentado desde o início dos anos 2000 por Uldurico Pinto, que durante seus mandatos como deputado federal reivindicou insistentemente a criação do curso no município.

Décadas depois, o filho dele e atual deputado federal, Uldurico Júnior (PROS-BA), continua com os olhos voltados à UFSB, tendo aprovada uma emenda parlamentar destinando recursos para a biblioteca da universidade.

Nossa reportagem esteve com um dos gestores administrativos da UFSB, Paulo Borges Júnior, que falou sobre a universidade desde sua iniciação até os tempos de pandemia.

Confira a entrevista:

  • Franedir Gois: Paulo Borges, fale um pouco sobre a Universidade Federal do Sul da Bahia.

Paulo Borges:Agradeço pela oportunidade de estar levando um pouco do que temos feito e o que somos para a sociedade, em Teixeira de Freitas e região. Nós começamos em 2014 e, como sabem, uma universidade passa por muitas dificuldades no início, por ser nova, com falta de professores, estudantes. Mesmo assim, as coisas vão se arrumando aos poucos.

Considero que nesses 6 anos nós avançamos muito, e hoje já temos uma estrutura mais adequada, embora ainda longe do ideal. Uma universidade nunca para de crescer. Inclusive, podem ver nossos investimentos no novo Núcleo Pedagógico, um prédio que vai comportar muitos alunos, são 8 mil metros quadrados de área construída, quando pretendemos ser concluída dentro de um ano e meio a dois anos. Temos o desafio de estar trazendo o melhor espaço físico e a melhor gestão para que esses cursos possam ter a qualidade que se propõem a ter. Temos aqui a área da saúde, em Teixeira de Freitas com Medicina e Psicologia. Os cursos já estão com turmas cursando e nossa luta é vencer os desafios de chegar ao final de 2021 com a 1ª Turma de Medicina e Psicologia formada.

  • A partir de 2021, todos os anos teremos formaturas de médicos e psicólogos em Teixeira de Freitas?

A partir de 2021, teremos a 1ª turma de Medicina já formada. São 80 médicos e uma média de 30 psicólogos, e acredito que esse número vai se manter ao longo dos anos. Podemos dizer que, a cada ano, vamos estar entregando para a sociedade, para o mercado de trabalho, essa faixa de 80 médicos e 30 psicólogos. Essa é nossa expectativa e o compromisso da Universidade Federal. Já temos 3 turmas finalizando Medicina – no 5º, no 4º e no 3º ano. Em 2021, teremos a primeira, depois a segunda e a terceira no ano vindouro.

  • Todos esses profissionais servirão à nossa região?

Estamos formando médicos e profissionais com olhar diferente. Entendemos que, formados, eles partirão para a residência, o que a saúde pública sempre visa. A ideia é que eles fiquem. Alguns ficarão, outros sairão, embora sejam alunos da região.

  • São 290 alunos em Medicina, mais de 1.500 no total da universidade?

Temos 1.500 estudantes em todos os cursos. São 290 em Medicina, nas 3 turmas, e 68 em Psicologia, nas 2 turmas que já começaram. A universidade é pública, é da cidade, é da região, e todos estão incumbidos de cooperar para que tenhamos profissionais de qualidade.

Teixeira de Freitas é um polo universitário que está se tornando referência na Saúde, pois o curso traz outros investimentos, como hospitais equipados que vão atender realmente a região. Não deixa de ser um avanço. Hoje nós temos em média 200 professores, 50 técnicos administrativos, muita gente vem de todo o Brasil, o que faz a região ganhar muito com esse público que vem para residir, investir e definir sua vida por aqui. É um ganho por todos os aspectos da universidade.

Daí o nosso apelo, o pedido de contribuição da sociedade, seja nas questões políticas, seja nas sociais, para que consigamos o que precisamos nesse momento difícil que estamos vivendo. Em 2019, tivemos o contingenciamento do MEC, que parou as obra. Não teve mais nenhum investimento e agora iniciamos 2020 com a pandemia.

  • Como a universidade está dando continuidade aos trabalhos, com alunos e o corpo universitário?

A partir de março, as atividades presenciais foram suspensas por conta das definições das autoridades, embora já estejamos planejando voltarmos às atividades no mês de agosto, com aulas remotas, para que o estudante possa acompanhar de casa e tenhamos atraso de 1 ano ou 6 meses nesse período que foi interrompido. Os professores estão sendo preparados para isso.

A universidade vai investir em tecnologias, pois fomos pegos de surpresa, mesmo sabendo que o mundo todo passa por isso. Nosso desafio maior é essa mudança de hábitos, essas novas formas de se comunicar, de estudar. Acredito que estamos no caminho para podermos vencer tais obstáculos.

  • Quanto às matrículas, qual o percentual de alunos da região?

Teixeira de Freitas engloba uma grande região que compreende 13 municípios e tem fronteira com dois estados importantes, Minas Gerais e Espírito Santo. Tudo na cidade tem a influência mineira, capixaba. Temos uma mescla de alunos que vem da Bahia e outros estados. A universidade não seleciona, os editais são abertos, os alunos vão se inscrevendo de qualquer parte do Brasil. Muitos se encantam com a cidade e já ficam por aqui, enquanto outros seguem outros rumos.

Contudo, temos muitos alunos da região, inclusive temos os Colégios Universitários em Itamaraju, Posto da Mata que têm salas de aulas e os alunos tem oportunidades de ingressar na Universidade Federal morando no seu próprio município.

  • As atividades vão reiniciar em agosto. Haverá algumas mudanças?

Com o grande número de estudantes que temos, a maioria vai ter aulas remotas. A universidade vai prover essa modalidade para que todos os alunos sejam alcançados e possamos dar continuidade ao ano que iniciou. Quanto às aulas práticas, como o curso de Medicina, por exemplo, não podem ser remotas, pois tratam-se de fases de internato, penúltimo ano da formação deles que estarão atendendo, junto com os médicos, nos hospitais da cidade, nas 18 unidades de saúde do município, no hospital regional, na UPA, no ambulatório de Medicina da universidade, que iremos atender como especialidade.

Essa é uma forma que a universidade também vai cooperar com o enfrentamento da crise na cidade, pois trata-se de uma parceria com a prefeitura e a Secretaria de Saúde. Nossos alunos marcarão presença nas diversas unidades de saúde, para melhor enfrentarmos essa crise.

Edição: Bell Kojima


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