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Judoca egípcio recusa aperto de mão de rival israelense e é vaiado no Rio

13/08/2016 - 09h46

Islam El Shehaby e Or Sasson

O egípcio Islam El Shehaby ignorou o protocolo e se recusou a cumprimentar o israelense Or Sasson nesta sexta-feira (12), após a luta pela categoria acima de 100 kg, na Olimpíada.

El Shehaby perdeu para o israelense por ippon (golpe “perfeito”).

Ao deixarem o dojô, o vencedor estendeu a mão para o adversário, mas o egípcio recusou o cumprimento e virou as costas, na frente do juiz.

A torcida não perdoou a falta de esportividade e vaiou. O árbitro chamou atenção do atleta egípcio, que fez apenas um aceno de cabeça ao sair do dojô.

O Egito é um país árabe que tem relação diplomática com Israel. Já países como Líbano e Irã chegam a proibir que seus atletas enfrentem os israelenses. Na Olimpíada, já houve um impasse entre libaneses e israelenses para dividir um ônibus na abertura no Maracanã. A delegação de Israel teve que usar outro veículo.

O porta-voz do COI (Comitê Olímpico Internacional), Mark Adams, falou sobre o caso aos jornalistas em um briefing que faz diariamente. Mesmo pedindo tempo para saber mais detalhes do que aconteceu, classificou o episódio como “uma vergonha“.

“Ainda não sabemos de todos os detalhes. Quero ver primeiro, saber o que aconteceu. Há coisas que acontecem no calor do momento, mas não são aceitáveis. Relembramos a todos sobre os valores olímpicos. Esse não é o melhor exemplo. O movimento olímpico é sobre construir pontes, não paredes. É uma vergonha”.

A IJF (Federação Internacional de Judô) destacou que uma luta entre um árabe e um israelense já é um importante progresso. Disse ainda que o aperto de mão não é obrigatório, mas curvar-se sim. El Shehaby se curvou brevemente ao deixar o dojô. Sua atitude ainda será revista.



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