A água de Teixeira de Freitas vai acabar
É preciso, agora, de medidas paliativas para sanar necessidades imediatas e urgência na realização de medidas definitivas.
Não precisa ser um especialista no assunto para ver que o rio Itanhém, em pleno período das águas de março, época em que deveria estar mais cheio, não passa de um filete de água. Em alguns pontos do rio, é possível atravessá-lo, andando. Se isso é assustador, imagine ouvir que a água de sua cidade vai acabar. Um proprietário de terras da região ouviu esse vaticino de um Geólogo do DNPM (Departamento Nacional de Pesquisas e Recursos Minerais) que deu como alternativa imediata a perfuração de poços artesianos. Segundo o geólogo, o lençol subterrâneo de Teixeira de Freitas é grande e deve ser explorado pela empresa responsável pela distribuição de água potável.
A equipe do foconopoder.com, em entrevista com o procurador do município, Dr. Paulo Américo, abordando os compromissos da empresa EMBASA (Empresa Baiana de Águas e Saneamento) com a cidade, questionou os motivos da mesma não ter expandido seus serviços a todos os munícipes. A cidade cresceu em ritmo acelerado enquanto o plano de Expansão da EMBASA se manteve estático. De acordo com o procurador, o convênio anterior feito com a empresa era superficial não contemplando a possibilidade de expansão. Algumas correntes de pensamento acreditam que a expansão não acontece por falta de recursos hídricos.
Mas será que teríamos recursos hídricos para atender a população através do rio Itanhem?
Se, nesse exato momento, começarmos a recuperar as nascentes e recompor a mata ciliar às margens dos rios, em quanto tempo nossos mananciais e rios voltariam a ter força?
Se nada for feito, o que acontece?
Com a seca e o processo de erosão provocados pelo desmatamento, o mar está invadindo os rios que, sem força para desaguar, cedem espaço às correntes marítimas. Isso já acontece no Rio São Francisco que corta os estados de Minas Gerais, Bahia e Pernambuco e também com o Rio Cricaré no Espírito Santo. Em São Mateus cidade ao norte do ES, poços artesianos estão sendo a alternativa imediata. Mesmo assim, o corte prolongado no fornecimento de água está promovendo manifestações e revolta entre os munícipes. De acordo com a ONU (Organização da Nações Unidas) em 2030 (menos de 13 anos) a demanda por água vai superar a oferta em mais de 40%. Mas o que estamos presenciando parece ser a antecipação desse quadro. Manifestações estouram em todo país, anida sem força para mobilizar os poderes públicos.
Decisões de grande porte necessitam de intervenção política e a moeda de troca é o desconforto do povo mostrado através de manifestações populares. Se você nunca gostou de participar de seminários, audiências e de manifestações dramáticas com fechamento das BRs e outros artifícios, está na hora de repensar seus valores, pois só esse tipo de ação atrai a atenção da mídia e mostra aos políticos a direção de seu voto.
A água vai acabar, e em nossa cidade problemas sérios devem acontecer em menos de 5 anos. Precisamos, agora, de medidas paliativas para sanar necessidades imediatas e de urgência na realização de medidas definitivas que demandam um tempo substancial para se concretizarem. Já está passando da hora.
Você já sabe o que fazer?
TODO PODER EMANA DO POVO!
Fonte Katia Armini / FoconoPoder