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Autoridades revisam número de mortos em tragédia com embarcação

24/08/2017 - 20h03

18 pessoas morreram no acidente; informação anterior era de 22 mortes. Número foi revisado na tarde desta quinta pela Capitania dos Portos; acidente aconteceu no início da manhã, em Mar Grande.

Autoridades revisaram o número de vítimas da tragédia com uma lancha na Baía de Todos-os-Santos, na travessia Mar Grande – Salvador. Em entrevista na tarde desta quinta-feira (24), representantes da prefeitura de Vera Cruz, na região metropolitana de Salvador, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar disseram que ao menos 18 pessoas morreram no acidente. A Capitania dos Portos confirmou o mesmo número ao G1 por volta das 15h50.

Inicialmente a informação era de que 22 pessoas tinham morrido na tragédia, segundo a Capitania dos Portos. De acordo com a Marinha, o número foi revisado e corrigido por volta das 15h50 desta quinta, após o Departamento de Polícia Técnica (DPT) informar à Capitania o novo dado.

Ainda segundo a Marinha, cinco corpos foram resgatados por equipes da Capitania dos Portos e levados para o Instituto Médico Legal (IML) em Salvador. Os outros corpos foram levados para unidades do IML na região de Vera Cruz, informou a Capitania. Até o início desta noite dez vítimas tinham sido identificadas.

O acidente aconteceu após a lancha virar, ainda em Mar Grande, cerca de 10 minutos após deixar o terminal marítimo com destino à capital baiana, por volta das 6h30. A operação do sistema foi imediatamente suspensa em Salvador e Mar Grande. Chovia no momento do acidente, o mar estava bastante agitado e a maré estava alta.

A embarcação, chamada de Cavalo Marinho I, tinha capacidade total de 160 pessoas.

Inicialmente a informação era de que o barco transportava 124 pessoas, sendo 120 passageiros e quatro tripulantes, mas este número também foi revisado: a embarcação transportava na verdade 120 pessoas, sendo 116 passageiros e quatro tripulantes.

Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), 89 pessoas foram resgatadas com vida até 15h50. Os sobreviventes foram levados para hospitais da região: 70 estão na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Mar Grande; 15 estão no Hospital Geral de Itaparica; dois estão no Hospital do Subúrbio e dois no Hospital Geral do Estado (HGE), ambos em Salvador.

Sobreviventes

Sobreviventes da tragédia relataram que viveram momentos de pânico quando a embarcação virou. Edvaldo Santos de Almeida estava na lancha e disse o acidente aconteceu após uma onda atingir a embarcação.

“Estava chovendo, começou a molhar. Veio uma onda e virou. Tinha muita gente”, disse.

Outros dois sobreviventes disseram que a lancha virou após boa parte dos passageiros se concentrar em um lado só da embarcação.

“Não estava jogando muito como já jogou outras vezes, mas estava chovendo. Choveu, acho que veio a onda e a pessoa que estava tomando chuva, tinha um pessoal tomando chuva do lado direito, veio mais para a esquerda. Juntou tudo, aí pesou e virou. Foi aquele Deus nos acuda”, relatou o arquiteto Silvio Oliveira.

A técnica de enfermagem Luana Andrade também estava na embarcação que virou.

“As pessoas começaram a ficar em pânico e algumas pessoas passaram para o lado contrário da lancha. O peso, então, ficou de um lado só”.

Investigação

De acordo com a Marinha, a embarcação estava regular e um inquérito administrativo será instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente.

O presidente da Associação dos Transportadores Marítimos da Bahia (Astramab), Jacinto Chagas, disse que a lancha estava com todos os itens de segurança em dia. “A embarcação foi vistoriada recentemente, cumpria todas as exigências emitidas pela Capitania dos Portos. Tinha todos os seus coletes, conforme previsto nas normas. Todas as boias salva-vidas, conforme previsto nas normas. Tripulação conforme previsto nas normas. Totalmente e adequadamente regularizada”, afirmou.

Chagas afirmou que o sistema já operou em condições marítimas mais difíceis, sem registros de acidente. “Este mar de hoje estava longe do mar que a gente já navegou em condições inadequadas. Quando o mar está revolto e a gente vê que não é seguro, a gente automaticamente suspende. Hoje, no momento do acidente, com certeza estava em condições de navegabilidade”, disse o presidente da Astramab.

Em entrevista ao G1, o comandante do Corpo de Bombeiros, Francisco Telles, disse que havia coletes na embarcação, mas o órgão apura se a quantidade de equipamentos era suficiente. “Sabemos que coletes foram distribuídos, mas na situação é preciso investigar como isso aconteceu. É difícil saber agora quando as pessoas colocaram os coletes”, afirmou.

“A documentação está em dia. Todas as embarcações que aqui operam estão com a documentação em dia. Quanto ao acidente, o barco não estava superlotado”, disse Eduardo Pessoa, diretor da Agerba, agência que regula o transporte.

A Marinha informou que vai apurar as causas do acidente. “Vai ser apurado em um inquérito administrativo. Esse inquérito que vai nos dizer o que aconteceu”, disse o capitão Flávio Almeida, da Capitania dos Portos na Bahia.

A Marinha ressalta que, como embarcações particulares também fizeram resgates, não é possível afirmar precisamente o número de pessoas retiradas do mar.

De acordo com a Capitania dos Portos, três equipes em três navios foram encaminhadas para o local do acidente. As operações de resgate contaram ainda com apoio do Grupamento Aéreo da Polícia Militar da Bahia e do Corpo de Bombeiros. Conforme a Marinha, as buscas continuam na tarde desta quinta.

Fonte: G1.Bahia


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