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Babá denuncia abuso sexual de desembargador suspeito de estuprar neta

20/08/2018 - 18h50

Uma ex-funcionária da família do desembargador Rafael de Araújo Romano denunciou o magistrado por abuso sexual, que teria ocorrido na época em que ela trabalhava como babá para a família. Segundo o advogado que acompanhou a vítima, ela resolveu abrir o caso após a divulgação das denúncias de que o desembargador abusou da própria neta durante cerca de sete anos. A mulher afirmou, em denúncia, que os abusos iniciaram quando ela era menor de idade.

Em abril deste ano, a Justiça do Amazonas recebeu a denúncia do Ministério Público do Estado (MPE-AM) contra o desembargador por abusos sexuais cometidos contra a neta, atualmente com 15 anos.

Após a repercussão do caso, uma ex-funcionária da família decidiu entrar em contato com a ex-nora do desembargador.

“Como o outro caso foi bem divulgado em todo o tipo de mídia, teve uma repercussão, ela resolveu contar a história dela”, afirmou o advogado da vítima, Arthur Pontes.

Em maio deste ano, a ex-funcionária prestou depoimento no Ministério Público Estadual (MP-AM) contra o desembargador, também por abuso sexual. Um mês depois, o caso foi encaminhado para a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), onde ela também prestou depoimento.

Segundo a denúncia, a mulher, hoje com 30 anos, começou a trabalhar na casa da filha do magistrado, em meados de 2000, no cargo de babá dos netos de Romano. Nessa época, ela tinha 13 anos. A vítima afirmou que, quando completou 14 anos, sentiu uma diferença no comportamento do desembargador. Ela conta que tinha as pernas alisadas pelo magistrado, que insinuava que eles tivessem algum relacionamento íntimo.

‘Obrigada a fazer sexo oral’

Em uma das ocasiões, a vítima relatou que foi obrigada a fazer sexo oral em Romano após ele a ameaçar com uma arma de fogo dentro do carro onde o abuso foi cometido. Em depoimento, ela afirmou que a partir desse dia, os abusos tornaram-se constantes e que, nessa época, a vítima era abusada aproximadamente uma vez por semana.

Entre de 2003 e 2004, a vítima precisou morar na casa de Romano para continuar trabalhando como babá. Ela conta que, nessa época, os abusos ficaram ainda mais constantes, principalmente quando ficavam sozinhos na casa. Em uma das ocasiões, a vítima pegou uma faca e ameaçou o magistrado para impedir que ele a estuprasse.

Os estupros aconteceram também depois que a vítima não trabalhava mais para a família de Romano. Segundo ela, o desembargador a abordou na saída da escola outras duas vezes.

Os depoimentos da vítima foram colhidos tanto no MPE-AM quanto na Depca. A Delegacia deve colher os depoimentos de Romano e dos outros citados e após ouvir todos os envolvidos vai encaminhar um relatório ao MPE-AM, que deve decidir se denuncia ou não o desembargador pelo abuso sexual da ex-funcionária.

A defesa de Romano afirmou à Rede Amazônica que repudia essa denúncia e afirma que a vítima nunca trabalhou para a família do desembargador, “tanto que a narrativa é desencontrada no tempo”. “O intuito da denúncia é uma tentativa de deliberadamente manchar a honra e que a denunciante vai ter que provar o que está falando”, disse a defesa, por telefone.

Rafael Romano atuou no Juizado da Infância e da Juventude no Amazonas e foi relator da operação Estocolmo, deflagrada em 2012 para combater o crime de exploração sexual de jovens no Amazonas, envolvendo políticos, entre eles o ex-prefeito de Coari Adail Pinheiro, e empresários.

Fonte: g1


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