Bancários rejeitam proposta da Fenaban e comando aponta greve para dia 30
A exemplo das propostas de caráter social apresentadas na quarta-feira (17), o Comando Nacional dos Bancários também considera insuficientes as propostas de caráter econômico apresentadas pela Fenaban na sexta-feira (19), na sétima rodada de negociações da Campanha 2014, que incluem reajuste de 7% no salário (0,61% de aumento real), na PLR e nos auxílios refeição, alimentação e creche, além de 7,5% no piso (1,08% acima da inflação). E aprovou um calendário de mobilização para pressionar os bancos a apresentarem novas propostas que atendam as expectativas da categoria, apontando para a deflagração de greve por tempo indeterminado a partir de 30 de setembro, com assembleias deliberativas nos dias 25 e 29.
A avaliação do presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, é que pela longa tradição de luta, os bancários sabem que todas as conquistas da categoria são resultado da sua capacidade de construir a unidade nacional, de se mobilizar e de pressionar os banqueiros. “Agora é hora de estreitar a unidade e intensificar a mobilização em todo o país para que possamos fazer uma campanha melhor ainda que no ano passado e alcançar novas conquistas”, acrescenta Cordeiro.
Mobilização no extremo sul
No extremo sul da Bahia, o sindicato que representa os bancários da região já começa a se mobilizar para os próximos passos da Campanha Nacional. O coordenador geral do Sindibancários, Carlos Eduardo Coimbra, avalia como positiva a decisão do comando e critica a postura dos bancos. “Em nossa avaliação, os índices de reajuste são muito insuficientes diante do lucro do sistema financeiro”, diz o dirigente.
Coimbra questiona também o fato da Fenaban não ter apresentado nenhuma proposta para proteger o emprego, combater o assédio moral e melhorar a segurança, que hoje são fundamentais para os bancários. “Com essa proposta, os bancários do Extremo Sul da Bahia vão à Greve a partir do dia 30 de setembro”, convoca o dirigente.
A proposta econômica dos bancos
Reajuste de 7% (0,61% de aumento real).
Piso portaria após 90 dias – 1.235,14 (7,5% ou 1,08% de aumento real).
Piso escritório após 90 dias – R$ 1.771,73 (1,08% acima da inflação).
Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.393,33 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa), significando 1,08% de aumento real).
PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.812,58, limitado a R$ 9.723,61. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 21.391,93.
PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.625,16.
Antecipação da PLR
Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015.
Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.087,55, limitado a R$ 5.834,16 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$ 1.812,58
Auxílio-refeição – R$ 24,14.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 425,20.
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 353,86.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 302,71.
Gratificação de compensador de cheques – R$ 137,52.
Requalificação profissional – R$ 1.210,04.
Auxílio-funeral – R$ 811,92.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 121.072,92.
Ajuda deslocamento noturno – R$ 84,75.
A Contraf-CUT está enviando orientação jurídica aos sindicatos sobre cumprimento dos prazos para realizações de assembleias e decretação da greve.
Calendário
25 – Assembleia para aprovar greve a partir do dia 30.
26 – Quinta rodada de negociação com o Banco do Brasil.
29 – Assembleia para deflagração da paralisação.
2 – Manifestações em frentes aos prédios do Banco Central, em defesa de um BC independente do mercado financeiro.
Fonte: Contraf-CUT e Sindibancários Extremo Sul-Contraf-CUT