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Duas vezes mais mulheres do que homens perdem interesse em sexo no casamento, indica estudo

14/09/2017 - 19h51

As mulheres têm mais que o dobro de probabilidade que os homens de perder o interesse em sexo no casamento, sugere um estudo sobre a sexualidade dos britânicos.

A pesquisa indica que, apesar de tanto homens quanto mulheres perderem o desejo sexual com a idade, as mulheres são mais afetadas por relacionamentos mais longos.

No total, 15% dos homens e 34% das mulheres entrevistados disseram ter perdido o interesse no sexo por três meses ou mais no ano anterior.

Para os homens, a falta de interesse era maior entre as idades de 35 a 44 anos, enquanto para as mulheres o ápice era entre os 55 e os 64 anos.

De maneira geral, problemas de saúde e a falta de uma proximidade emocional afetam o desejo sexual de homens e mulheres.

As conclusões foram baseadas na experiência de quase 5 mil homens e 6,7 mil mulheres segundo uma pesquisa publicada no jornal científico BMJ Open.

Os pesquisadores britânicos envolvidos na pesquisa afirmaram que a falta de desejo sexual deveria ser tratada levando em consideração a pessoa como um todo em vez de simplesmente usar medicamentos.

‘Dor e sofrimento’

De acordo com a terapeuta sexual Ammanda Major, perder o interesse no sexo não é necessariamente anormal e há vários motivos diferentes para as mudanças nas necessidades de homens e mulheres.

“Para alguns, é uma situação natural e normal, mas, para outros, pode ser causa de dor e sofrimento”, disse.

Segundo os pesquisadores envolvidos na pesquisa, da Universidade de Southampton e University College London, não há evidências de que a menopausa seja um fator para as mulheres.

No entanto, eles descobriram que ter filhos pequenos em casa era especialmente desestimulante para as mulheres.

Problemas de saúde física e mental, falhas de comunicação e uma falta de conexão emocional durante o sexo eram as principais razões para homens e mulheres perderem o interesse.

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Cinco dicas para reacender o interesse no sexo

  • Comece a falar sobre o assunto com o parceiro ou parceira em vez de fingir que ele não existe – ignorá-lo pode provocar outros problemas e criar ressentimentos. Se isso não funcionar, encare a razão por que você não quer falar sobre isso;
  • Explore outras formas de intimidade, como dar as mãos, falar com doçura um com o outro, trocar carícias e fazer cafuné em vez de buscar o ato sexual;
  • Sentir que você não é ouvido é uma barreira para o sexo – então faça seu parceiro se sentir respeitado e importante;
  • Procure um apoio extra como um terapeuta sexual, uma terapia de casal ou o seu médico;
  • Relaxe – muitos relacionamentos funcionam muito bem mesmo sem sexo, se é um ponto alcançado por ambos ao mesmo tempo.
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Na Pesquisa Nacional de Atitudes e Estilos de Vida Sexuais na Grã-Bretanha, aqueles que achavam “sempre fácil falar sobre sexo” com seu parceiro tinham menos probabilidade de dizer que perderam o interesse.

Já aqueles cujo parceiro tinha dificuldades sexuais ou os que estavam menos felizes em suas relações tinham maior probabilidade de dizer que haviam perdido o interesse no sexo em algum ponto da relação, afirmaram os pesquisadores.

Entre as mulheres, o estudo descobriu que “não compartilhar o mesmo nível de interesse sexual que o parceiro e não ter as mesmas preferências sexuais” também era um fator para a perda de interesse no sexo.

Cynthia Graham, professora de saúde sexual e reprodutiva da Universidade de Southampton, disse que as descobertas aumentaram o entendimento do que está por trás da falta de interesse no sexo e como tratá-la.

“Isso realça a necessidade de lidar e – se necessário – tratar problemas de desejo sexual de uma maneira holística e específica em termos de relacionamento e gênero”.

Graham acrescentou que esse não é um problema que pode ser resolvido apenas com uma pílula.

“É importante olhar além dos antidepressivos”, disse Graham. A agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) recentemente aprovou a primeira droga voltada para aumentar a libido feminina, a flibanserin, apelidada de “viagra feminino”.

“Sexo é algo muito importante e falar sobre isso pode ser constrangedor. Mas conversar muitas vezes é a melhor coisa que você pode fazer para melhorar a sua vida sexual.”

Realidade brasileira

O estudo a nível nacional mais recente feito no Brasil indicou que há uma diferença entre homens e mulheres em relação à frequência ideal de relações sexuais por semana.

A pesquisa Mosaico 2.0, feita pelo Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), concluiu que o número ideal de relações por semana para as mulheres seria três vezes, enquanto para os homens seriam oito.

Por outro lado, sexo foi considerado essencial para ambos os gêneros – 95,3% dos entrevistados afirmaram que o sexo é importante ou muito importante para a harmonia de um casal. Desses 95,3%, 96,2% eram homens e 94,5%, mulheres. A pesquisa ouviu 3 mil participantes com idade entre 18 e 70 anos.

Fonte: BBC


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