Feirantes fecham centro da cidade em protesto. Guarda Municipal agride menor de 16 anos
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Vários feirantes fecharam nesta manhã de sexta-feira (25/4) a avenida Marechal Castelo Branco em protesto contra a retirada das barracas de verduras do centro da cidade e do Mercado Municipal.
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De acordo com o feirante Carlos Oliveira Dutra, que já está trabalha há mais de 20 anos no local, ontem, por volta das 15 horas, a guarda municipal esteve no centro com muita violência quebrando carros e agredindo feirantes exigindo a retirada dos mesmos do local, já com o auxílio de um caminhão.
Carlos afirma ainda que o secretário na última vez que conversou com os feirantes teria alegado que ia entrar em Teixeira e nem João Bosco mandava nele, que ainda entraria aqui igual um trator de esteira para sair arrastando tudo.
Outro comerciante, conhecido como “Nenzão da banana”, que comercializa há mais de 10 anos no ramo de banana da terra, afirmou que antes da eleição o prefeito João Bosco esteve com os feirantes prometendo apoio, inclusive, com a promessa de um galpão padronizado para a categoria .“Veio aqui falar com nós e disse que ia nos ajudar, deixou, inclusive, o número de telefone dele, agora manda este secretário tirar tudo na força bruta”, declarou.
“Aquelas barracas ali pertencem a um grande empresário, por isso, eles não tocam; se é para tirar tudo, por que não ameaçam tirá-los dali também?”, questiona outro trabalhador.
Durante um protesto, um rapaz que tentou de forma violenta furar o bloqueio, quase vitimou, atropelando com uma bicicleta, duas feirantes. Houve um início de tumulto, mas o agressor foi contido pela Polícia Militar.
Enquanto era abordado pela polícia o rapaz exaltado disse: “Passei mesmo naquela porcaria ali.”
No comércio informal de frutas e verduras trabalham cerca de 250 feirantes diretos e todos estão sendo ameaçados de não terem mais de onde tirarem seu sustento devido à ação truculenta da guarda municipal, através de seu “bisecretário” Henrique da Ceplac.
Durante nossa reportagem, feirantes denunciaram a agressão a um jovem de 16 anos que teria sido covardemente espancado pelos guardas municipais.
Nossa equipe conversou com Fabrício Santos, 18 anos, que também é feirante, e irmão da vítima, o jovem de apenas 16 anos.
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De acordo com Fabrício, aproximadamente, 16 guardas municipais, chegaram ainda pela manhã com violência retirando a força os feirantes e destruindo barracas. Durante a ação truculenta, os guardas abordaram e agrediram seu irmão com um soco na boca, tirando sangue do mesmo e com murros no estômago e costas. Ainda que a agressão só teria parado quando um guarda de nome “Joel” interveio defendendo o menor e condenando a ação dos colegas. Fato esse que foi confirmado por todos os feirantes que estavam no local.
Agnaldo Santos, um dos líderes do movimento, alegou para nossa equipe que “estão tirando nossa paz todo dia, estão querendo tirar nosso ganha pão. Essa guarda só sabe agredir e bater”.
Não é de hoje que a guarda municipal de Teixeira de Freitas tem sido alvo de denúncias da população pelo excesso cometido em suas operações, inclusive o uso da força indiscriminada.
“Eles estão se achando polícia, chegam nas viaturas, querem bater, espancar e ficam exigindo um respeito desmedido e ficam e tocando terror em nós. Nem a polícia age com a violência que eles empregam”, relata outro feirante.
Durante o protesto, o vereador Juvenal das Laranjas, que também é feirante a mais de 20 anos, condenou a ação municipal.
“A administração está sem controle, mexendo com trabalhadores que acordam às 3 da manhã para estarem tirando seu sustento, tem que arranjar então outro lugar para colocá-los. Eles alegam falta de verba para administração e estão aí fazendo a festa da cidade. Não tem acordo é do jeito que ele quer”, falou, referindo-se ao “bisecretário” Henrique da Ceplac.
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Ao final da nossa entrevista, o Sr. Antônio Neri, que trabalha a mais de 40 anos no mercadão, sendo um dos pioneiros no comércio, relata indignado:
“O prefeito não trabalha e não deixa o povo trabalhar. Todo mundo aqui é pai e mãe de família, vendemos frutas, verduras como meio de sobrevivência, é nosso único ganha pão.”
Por Viviane Moreira / Repórter Coragem