Justiça Federal de Brasília manda soltar Joesley Batista
A Justiça Federal de Brasília concedeu liberdade ao empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS. Joesley está preso desde setembro em São Paulo, acusado de irregularidades no acordo de delação premiada. Ricardo Saud, ex-diretor da empresa de Joesley, também foi solto.
Wesley Batista, irmão de Joesley foi solto pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no mês passado em outro processo. Joesley Batista também teve a prisão revogada pelo STJ, mas permaneceu preso porque havia outro mandado de prisão contra ele, determinado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). No processo que foram soltos pelo STJ, os irmãos são acusados de terem manipulado o mercado financeiro, antecipando-se aos impactos que a delação de executivos da empresa teria quando se tornasse pública.
JANOT E OS ÁUDIOS
Joesley, que revelou uma gravação em áudio de conversa com o presidente Michel Temer, foi preso por acusações de irregularidades quanto sua delação premiada. A questão foi levantada primeiro na noite de 4 de setembro de 2017, quando o então procurador-geral da República Rodrigo Janot veio a público para denunciar a existência de uma gravação de uma conversa em que Joesley e o parceiro de delação Ricardo Saud faziam insinuações “muito graves” sobre integrantes da PGR, sobre ministros do STF e sobre o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.
Por conta dos áudios, Joesley e Saud foram acusados de descumprir o acordo de colaboração e acabaram presos em 10 de setembro, por ordem do ministro Edson Fachin, relator do caso no STF. Três dias depois, Joesley foi alvo de uma nova ordem de prisão, desta vez expedida pela Justiça Federal de São Paulo. A ordem era extensiva também a Wesley. Os dois foram acusados de usar informações privilegiadas do acordo de delação para ganhar dinheiro no mercado financeiro. A reviravolta no caso teria levado Joesley à lona.
Segundo este policial, ainda abalado emocionalmente, Joesley contou que só pelo habeas corpus pagaria R$ 5 milhões a um dos advogados. Seriam R$ 2,5 milhões à vista e o restante quando saísse cadeia. Logo depois o empresário deixou a cela da PF em Brasília, mas foi levado para a carceragem da instituição em São Paulo, onde se encontra até hoje.