Médico esclarece morte de bebê em Prado; criança já nasceu morta
Grávida de 9 meses, Luciene foi atendida pelo médico Frank Campos, que realizou o primeiro toque e verificou que a paciente apresentava quadro normal inicial de uma mulher em trabalho de parto.
Durante toda a quarta-feira, Luciene foi monitorada e passou por cinco exames até entrar em trabalho de parto, de fato. Já era por volta das 7 horas da noite, quando Luciene passou pelo 5º exame de toque e, segundo o boletim médico, apresentava dilatação necessária para realização de um parto normal.
“Por volta das 7h30, a paciente Luciene foi para a mesa de parto. O quadro dela era normal, não apresentava nenhuma complicação como pré-eclampse, diabetes. O ultrassom mostrava a criança na posição correta para o nascimento. Na hora da criança nascer, Luciene chegou a ter dificuldades para colocar a criança para fora, fizemos manobras e aplicamos medicações para facilitar o nascimento do bebê. Cerca de duas horas depois a criança nasceu, e, por volta das 9h47, sem nenhum sinal vital. Levamos a criança para mesa, fizemos por 40 minutos trabalho de reanimação da criança, mas o bebê não apresentou nenhuma reação”, afirmou Dr. Frank.
A mãe de Luciene, dona Maria Domingas, 55, conversou com nossa reportagem. Visivelmente abalada, a avó lamentou a perda do neto e agradeceu ao médico pelos esforços.
“Não foi culpa do médico, se Deus quis assim”, lamentou Luciene.
Luciene passa bem e ficará em observação.
Morte de crianças durante o parto
No Brasil, são registrados por ano cerca de 29 mil casos desse tipo (com base em dados do Datasus referentes a 2006). Isso significa que, a cada 101 bebês que nascem vivos, um nasce morto.
Quando a criança morre dentro da barriga, ou, durante o parto, depois da 20ª semana de gravidez, ela é considerada, oficialmente, “natimorta”, termo que pode soar um pouco chocante. Segundo a legislação, é “natimorto” o bebê que não tiver batimentos cardíacos ao nascer.
Por Márcio Hack