Menores que assassinaram estudante do Rui Barbosa serão mandados para Fundação Casa em Salvador, onde cumprirão medidas socioeducativas
O crime que chocou estudantes do Colégio Democrata Rui Barbosa, onde tanto a vítima, quanto o autor do homicídio estudavam, como também chocou Teixeira de Freitas e região pela frieza como o crime aconteceu, deixando todos perplexos diante de um crime tão banal.
Na sexta-feira 11 de janeiro, o juiz Argenildo Fernandes presidiu a audiência sobre o caso, quando foram ouvidos os menores, testemunhas, tanto de defesa quanto de acusação, além do representante do Ministério Público, o promotor Fábio Pretti, que apresentaram as últimas alegações tanto para absolvição, quanto para que os menores fossem mandados para Salvador.
Depois de ouvir do advogado de defesa e do promotor público o pedido para que o menor de 17 anos, que teria emprestado arma utilizada para tirar a vida de Átila, não fosse mandado para Salvador, o juiz Argenildo Fernandes argumentou da seguinte maneira: “Não podemos banalizar a vida dessa forma”, foi um crime cruel e permitir que eles fiquem aqui, seria como se não houvesse punição”, concluiu o juiz.
Já na manhã de segunda-feira 14, o juiz Argenildo Fernandes designou ao escrivão do juizado da infância e juventude, que expedisse o mandado de internação provisória, que determinou que os dois menores fossem imediatamente levados à Fundação Casa, em Salvador, onde cumprirão medidas sócioeducativas e passarão a cada seis meses por uma avaliação feita por uma junta de psicólogos, que mediante o comportamento de cada um, decidirá se eles continuam em Salvador, ou se podem retornar ao convívio dos familiares em Teixeira de Freitas.[jwplayer config=”Video Paginas” mediaid=”23154″]
Entrevista com a mãe de Átila
No final da tarde de segunda-feira 14, quando já tinha ciência da decisão do juiz, a mãe do estudante Átila, Miriam Barbosa Vieira, conversou de forma emocionada com nossa reportagem, quando nos recebeu em sua residência, onde nos mostrou o quarto onde Átila dormia que continua até hoje arrumado do jeito que ele havia deixado no dia que foi assassinado, mostrou também um pé de árvore que fica no quintal, onde Átila costumava fazer suas reflexões.
Dona Miriam também falou de sua dor em saber que seu único filho nunca mais vai voltar para os seus braços,” É muito triste, todo dia eu fico olhando as coisas dele, achando que ele ainda vai voltar, mas quando lembro que ele não mais voltará, é como se eu tivesse ido embora com ele, minha vida nunca mais será a mesma”, fala emocionada dona Miriam.
Ao nos levar para debaixo do pé de árvore, onde Átila costumava fazer suas reflexões e jogar bola com os amigos, em um campinho improvisado ao lado do pé de árvore, dona Miriam não contém as lágrimas, olhar aquele lugar, onde ela e seus familiares rodearam de cartazes, que foram usados na passeata pela paz, que aconteceu pouco depois do crime, deixou dona Miriam muito emocionada.
Ao lembrar-se dos projetos que o pequeno Átila tinha para 2013, dona Miriam mais uma vez se emociona, lembra que ele já teria em seus planos iniciar a realização do grande sonho de entrar para o corpo de fuzileiros navais, que já estava programado para fevereiro, quando viajaria para Porto Seguro, onde iniciaria seu projeto.
Toda entrevista foi gravada em vídeo, que você pode assistir tendo acesso a todos os detalhes da entrevista, onde em alguns pontos é visível o estado emocional de dona Miriam.
Por Jotta Mendes/reportercoragem