Reflexão

O Estado e o silenciamento progressivo dos opositores.

09/04/2024 - 13h24

Estamos diante de um novo desafio político: evitar a morte da democracia por meio do silenciamento dos opositores.
Está muito claro que a política se transformou em jogos de guerra. E está muito mais claro ainda que a democracia nasce, cresce, entra na fase autoritária do ativismo judicial e depois morre na Papuda.

A guerra política instalada implica na destruição dos oponentes e de seus argumentos de verdade. Mediante o aparelhamento do Estado pode-se calar o opositor e cercear sua liberdade de expressão sem uma reação da sociedade que é fortemente manipulada pelos meios de comunicação.

Está evidente que os órgãos do Estado obedecem à estratégia de guerra bolchevique contra quem pensa diferente. Não há como negar os fatos. As dotações orçamentárias vultuosas criam condições de controle dos aparelhos da imprensa.
A versão do oponente sobre a realidade histórica não importa (veja o caso da Operação Lava-Jato). É preciso promover o aniquilamento dos adversários e o silenciamento das suas vozes. É preciso cortar todo o fluxodo e o silenciamento progressivo dos opositores. logístico de suprimento de informações, dinheiro e acesso à plataformas das redes sociais. Tudo indica que só será tolerado uma visão de mundo. Uma nova narrativa será contada.

O novo marco das relações políticas transformou o opositor em um inimigo. É muito incômodo a figura do oponente na política, principalmente, para o novo regime instalado na base do ativismo judicial que inaugurou uma maneira de suspender os direitos fundamentais em pleno regime democrático.

Pisaram na constituição sem precisar publicar um “Ato Institucional nº5”. Criaram um novo regime e instituíram um tribunal de exceção por meio de insuspeitas decisões. Mas o silencio das instituições foi garantido. Parece que houve um pacto. Ninguém fala nada.
O novo regime se instalou e tratou logo de cuidar dos oponentes, calando e prendendo os manés com camisas da seleção brasileira. Com um jeito novo de falar em democracia relativa, prende-se e cala-se uma multidão conforme os padrões de tratamento cubano para defender a democracia.

A imprensa tradicional bolchevique classificou os oponentes presos de “terroristas e antidemocráticos”. Em seguida, julgou e condenou a “horda de bandidos” muito antes do devido processo legal. Os princípios constitucionais do devido processo legal foram modificados com o argumento da força dos aparelhos repressores do Estado Bolchevique.

Apagam direitos e provas processuais, mas falam em democracia. É a democracia bolivariana…Um novo modelo.
A oposição se torna indesejável por veicular verdades inconvenientes em canais inconvenientes. Não se pode falar em corrupção, operação lava- jato, delação premiada de Palocci, não se pode falar na relação promíscua entre as seitas marxistas latino- americanas e o tráfico de drogas. A oposição que tratar desses assuntos merece a alcunha de gabinete do ódio. E todo gabinete do ódio deve ser fechado e calado. Normalmente, cala-se os conservadores e patriotas.

Naturalmente os cristãos são sufocados e constrangidos a se calarem. Cristão são oponentes perigosos. Uma bíblia é uma arma revolucionária como bem tratou o filme “O livro de Eli”.

Os indesejáveis oponentes não merecem acesso aos autos por meio dos seus advogados, embora os princípios constitucionais apontem para o contrário. Há uma lógica punitiva com base no justiçamento implacável do poder contra seus oponentes. Um oponente indesejável por resgatar o patriotismo e revelar sua cosmovisão de mundo é muito perigoso para uma ESTRUTURA DE PODER que se consolidou e se blindou para gerar a perpetuidade de um Estado Pesado e disfuncional.

Um Estado Fiscal Parasita da população de empreendedores e cidadãos que apenas querem viver e construir seus destinos sem a ajuda do Leviatã, nada mais.

Um Estado Parasita que fomenta apenas o desenvolvimento dos apadrinhados e a manutenção de setores que desejam apenas seu próprio sustento e não permite o crescimento integral e harmonioso da riqueza nacional.

Há setores políticos que insistem na manutenção de um Estado Carrasco que, ao longo do tempo, mediante altos tributos e baixo nível de serviços públicos essenciais massacram o contribuinte.

Um Estado que sufoca às atividades conômicas produtivas geradoras de empregos é fruto de uma perspectiva econômica improdutiva e coletivista que nunca apontou de fato uma experiência exitosa na história da humanidade. O receituário econômico bolchevique do fracasso estabelece o caminho da servidão de um povo. O abismo econômico sempre fica mais perto quando a Seita Bolchevique assume o poder.
Um Estado que, por meio de sua tecnoburocracia jurídica, defende a si mesmo com armas autoritárias se utilizando da linguagem da força – é um Estado Autoritário.

E o Estado Autoritário se utiliza dos instrumentos jurídicos e financeiros para impor a sua própria vontade sobre a vontade de um povo. Esse mesmo Estado silencia a imprensa opositora e pauta o jornalismo da imprensa coletivista com dotações orçamentárias de milhões de reais.
Os fatos estão evidenciando que é preciso, primeiramente, calar a voz do opositor e sufocar o discurso dos divergentes nas redes sociais. Não basta sufocar é necessário criminalizar e estigmatizar o opositor como vírus indesejável. A barreira para expressar esse ódio ao opositor se encontra no seu direito de expor suas ideias e opiniões dentro debate democrático que, à luz da constituição, aceita a pluralidade e a divergência civilizada.

Fato é que o ódio crescente que se expressa em decisões judiciais e ações policiais visam silenciar a ágora pós-moderna nas redes sociais. Sem dúvida alguma, ficou claro que o “perdeu mané” é real e autoritário.
A ágora digital carrega na memória os discursos hipócritas e incoerentes dos donos do poder. É nessa praça digital e democrática que os poderosos ficam atormentados com o pensamento divergente. É nessa praça digital que as máscaras caem e os populares se destacam dos populistas.

É notório o fato da escalada de ódio ao opositor outsider ( tipo Donald Trump e o J.M. Bolsonaro). Nesse passo a passo do silenciamento progressivo ocorrem a febre e as convulsões de um organismo democrático que caminha para a morte. É uma espécie de Entropia Democrática. A democracia morre aos poucos…

Então, a loucura se agiganta quando se instala a regra de que para melhorar o diálogo é preciso silenciar o meu opositor. Eis um grande risco.
Tudo indica que a aniquilação do adversário é o último estágio nas relações políticas conflitantes e polarizadas entre os chamados “homens civilizados”. Mas o bom bolchevique segue um ritual historicamente registrado…
O bom ativista bolchevique primeiro cala o adversário com normas que vão contrariar o princípio da liberdade de expressão. O bom ativista bolchevique sufoca o povo com tributos altos e amplia as vagas no poder executivo federal. É a socialização dos custos estatais. Em seguida, ele prende a oposição e destrói sua reputação, ou encaminha a turba para o paraíso com “uma boa bala e uma boa cova.” Ainda não chegamos nessa fase. Mas há muito medo nas ruas…

É insuportável para o regime recém implantado ouvir o discurso da oposição. A tolerância é zero.

Implantou-se o medo. O medo não fala e nem se manifesta. Em qualquer lugar é difícil tolerar o discurso divergente. A grande questão é a reação ao discurso divergente sem perder de vista os princípios basilares da democracia.

Um princípio da Democracia é a pluralidade. A realidade é plural. É sobre essa pluralidade que se pactua um acordo de convivência que chamamos de Constituição. Em decorrência da pluralidade que ocorre a divergência de opinião e o debate dialético. E a partir desse debate que se pode avançar na direção de uma síntese de conciliação provisória, mas útil para a estabilidade das relações.

Em resumo, o outro não é meu inimigo. É meu adversário político. O debate precisa do sagrado direito de expressão. Excluamos os desagradáveis discursos, os destemperamentos , as falas agressivas, e até as agressões físicas em pleno parlamento! Mas a morte do debate por meio da censura é algo muito perigoso. É preciso tolerar a crítica e os críticos.

O debate enriquece a democracia e aprimora as decisões dos poderes constituídos. O debate aperfeiçoa a curva de aprendizagem da sociedade, permitindo superar fases de instabilidade em decorrência do choque de visões de mundo.

Por fim, silenciar os opositores gradualmente é buscar uma anuência cega à tirania que vai se impondo silenciosamente sobre os poderes e sobre toda uma nação que assumiu uma reconciliação por meio de uma anistia ampla e irrestrita para ambos os lados do debate político, e que homologou uma constituição cidadã para reconstruir o caminho da paz social e da prosperidade econômica.
Infelizmente, a democracia se perdeu durante a caminhada democrática e o silêncio se aproxima de todos.

Por João Carlos Vieira da Silva.


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