Saúde

O que motivou a morte de Tainá Santos? Esse fato merece ser esclarecido, a população cobra respostas

09/04/2024 - 20h45

No sábado, 06 de abril, enquanto o prefeito Marcelo Belitardo e seus asseclas festejavam com ACM Neto, a filiação e composição dos partidos políticos, daqueles que vão concorrer às eleições municipais de 6 de outubro, a jovem Tainá Conceição Santos, de 19 anos, era conduzida pelo vereador Lucas Bocão a UMMI ( Unidade Municipal Materno Infantil), a jovem chegou a UMMI lúcida e conversando, inclusive gravando um áudio e vídeo e mandando pra Lucas Bocão.

Do vídeo, até a morte, a pergunta que não quer calar é, o que de fato aconteceu com Tainá Santos? Houve erro médico? Houve negligência? Houve uma decisão tardia de optar pelo parto cesária? O que realmente aconteceu, que levou a morte de uma jovem cheia de vida.

O prefeito municipal Marcelo Belitardo que é médico, autorizou que a assessoria de comunicação distribuísse uma nota com a mensagem da UMMI, que parece querer se eximir de qualquer culpa, sem uma devida apuração, colocando de forma subentendida a culpa na vítima.

Segue a nota da UMMI

“Venho por meio desta, esclarecer o falecimento de Taina Conceição Santos ocorrido neste domingo
dia 07/04/2024
Paciente deu entrada nesta unidade no dia 06/04/2024 com queixa de dor pélvica e perda de liquido, foi atendida às 16 horas e internada para assistência ao parto, recebeu assistência durante toda internação. No dia 07/04/2024 Dr Elizabeth assumiu o plantão e de imediato avaliou tal paciente diagnosticando parada de evolução e indicando cesariana, paciente se encontrava agitada com surtos psicóticos e não colaborativa durante o exame físico.
Paciente foi encaminhada ao bloco cirúrgico, deambulando, lúcida, porém agitada, iniciou com episódios de crise convulsiva durante a cesariana não cessando, evoluindo com tubo orotraqueal, solicitado vaga na uti do hospital regional de Teixeira de Freitas, vaga esta autorizada e encaminhada via SAMO, vindo a óbito horas após. Apensar das complicações da parturiente, seu filho nasceu sem complicações sendo mantido com o pai na unidade para acompanhamento e cuidados.
A causa infelizmente não podemos ainda esclarecer, mas estamos em investigação de uma doença base ou algo que possa ter desencadeado esse quadro.
Ressaltamos que qualquer óbito materno é extremamente lamentável e sensível, e que trabalhamos incansavelmente para evitar todos os casos que sejam evitáveis. No entanto, infelizmente, algumas fatalidades fogem das competências médicas e hospitalares, sendo essenciais para estudo e avaliação para tornarmos cada vez mais criteriosos em nossos processos, protocolos e cuidados.
A UMMI registrou 01 óbito materno em 2017, 2019, 2023 e 02 óbitos em 2020, os anos de 2018, 2021 e 2022 não foram registrados óbitos maternos, e reiteramos que nosso objetivo é que nenhum deles ocorra.
Continuaremos a dedicar esforços para oferecer o melhor atendimento possivel a todas as gestantes e pacientes, visando sempre a segurança e o bem-estar de todos.
Ginecoloos e Oustetra
CRA-BA 31391
KAROLINE PRAVATO
Diretora Médica Técnica
Diretor Administr
UMMI.
Mat.: 15777
EVERTON DA COSTA RAMALHO
Diretora Administrativa
Unidade Municipal Materno Infanhi – UMMI.”

A nota tenta justificar o fatídico, a um possível comportamento da vítima, de não colaborar para que o parto fosse feito, aí já querer culpar a vítima por ter morrido, sem que haja uma devida apuração.

Foi relatado pela família da vítima, que ela já havia informado a direção e ao corpo médico da UMMI, que seu parto não poderia ser normal, teria que ser uma cesária, aí fica a pergunta, o porque da recusa em realizar a cesariana?

Será que a cesariana evitaria a morte de Tainá Santos? São perguntas que precisam serem esclarecidas.

Uma nota técnica, elaborada sem a devida investigação, não esclarece nada, não ajuda em nada, e só tenta culpar a vítima, que já está morta e não pode se defender.

Também não é justo que a vítima seja responsabilizada, já depois de morta.

A vítima era uma mulher negra, de origem humilde, morava na periferia e não dispunha de muitos recursos, aí fica outra pergunta, se fosse uma mulher branca, parente de alguém ligado a gestão municipal, evitaria a cesariana e deixaria o caso evoluir para morte?

Houve ou não demora na transferência da jovem da UMMI para o regional para ser colocada na UTI?

A gestão municipal, juntamente com a direção da UMMI, precisam esclarecer essas dúvidas, sobre pena de ser responsabilizada pela morte da jovem, mesmo que não seja civilmente, será responsabilizada moralmente.

Segue o espaço aberto para que a gestão municipal se manifeste.

Por Jotta Mendes/Repórter Coragem


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