Paciente de Itanhém com marcapasso em falência total pode morrer na UPA de Teixeira de Freitas por falta de atendimento

Elias Moreira de Oliveira, 58 anos, morador de Vila Resende, no município de Itanhém, está em risco de morte na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Teixeira de Freitas. Desde as 9h30 desta quinta-feira (13), ele aguarda por atendimento médico emergencial após ser diagnosticado com falência total do marcapasso definitivo VVI, implantado em 2017. Apesar do alerta do cardiologista que o atendeu pela manhã em um hospital particular, a UPA se recusa a prestar o socorro necessário, alegando falta de encaminhamento do hospital de Itanhém, segundo Eliseu Moreira de Oliveira, irmão do paCiente.
O relatório médico do cardiologista Evandro Esteves de Lucena, encaminhado à UPA, é claro: “O dispositivo apresenta falência total da unidade geradora. Portanto, necessita de troca da mesma em caráter emergencial, sob risco de morte”.
A recomendação do especialista, ainda segundo o irmão do paciente, foi que Elias não retornasse a Itanhém, pois a demora poderia ser fatal. No entanto, funcionários da UPA insistem que o paciente só pode ser atendido com um encaminhamento formal do hospital de sua cidade.
“A gente explicou na UPA que não veio pra cá trocar o marcapasso, apenas para uma avaliação e o médico [ o cardioligista] disse que não dá tempo de voltar pra Itanhém e esperar encaminhamento. Tem que ser coisa de urgência, mas eles não ouvem a gente”, desabafa Eliseu, que acompanha o paciente na sala de espera da UPA.
Eliseu relata que os funcionários da UPA orientaram a família a retornar a Itanhém para obter o encaminhamento necessário. No entanto, segundo Eliseu, o cardiologista foi enfático ao recomendar que Elias não se deslocasse de volta à cidade, já que qualquer demora poderia colocar sua vida em risco.
“O médico pediu pra gente ficar aqui, pra não voltar pra Itanhém de forma nenhuma. Por isso estamos aqui até agora, seguindo a orientação dele”, explica Eliseu, visivelmente angustiado com a situação de seu irmão.
A situação de Elias expõe mais uma vez as falhas no sistema de saúde pública da região. Enquanto a família aguarda por uma solução, o risco de morte do paciente aumenta a cada minuto. A UPA, que deveria ser um local de socorro imediato, parece burocrática e insensível diante de uma emergência médica grave.
Até o fechamento desta matéria, Elias continuava na sala de espera da UPA, sem previsão de atendimento. Antes do irmão do paciente, o missionário Marcos, de Itanhém, foi o primeiro a fazer contato com este portal de notícia solicitando a divulgação do fato para sensibilizar as autoridades de Itanhém e Teixeira de Freitas.