Destaque

Prioridade da Petrobras será exploração do pré-sal, diz Castello Branco

21/11/2018 - 14h38

Escolhido para presidir a Petrobras no governo de Jair Bolsonaro, Roberto Castello Branco, afirmou nesta terça-feira, 20 de novembro, que a estatal terá como prioridade a exploração do pré-sal.

O foco da Petrobras deve ser na aceleração da exploração do pré-sal“, disse ao deixar o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde funciona o gabinete do governo de transição.

O futuro presidente da petroleira evitou comentar quais segmentos da empresa podem passar por privatização. Segundo ele, o modelo a ser adotado ainda está em discussão.

Ao longo de novembro, dezembro [se definirá o modelo] para chegar em janeiro pronto para enfrentar os desafios. Agora é a pré-temporada, o campeonato só começa em janeiro.

Nesta segunda-feira, 19, logo após o anúncio de que comandaria a Petrobras a partir de 2019, Castello Branco afirmou que a privatização da estatal não estava em questão, mas admitiu a possibilidade de desestatizações em algumas áreas, como distribuição de combustíveis e refino.

Ele evitou falar sobre o projeto da cessão onerosa, cuja votação estava prevista para esta terça no Senado.

Está em discussão ainda.

O projeto de lei em debate no Congresso autoriza a Petrobras a abrir mão da exclusividade da exploração de petróleo em áreas sobressalentes da região chamada de cessão onerosa, hoje exclusiva da estatal.

Segundo cálculos da equipe econômica, os leilões poderiam gerar R$ 100 bilhões em receitas para a União.

Já o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), que se comprometeu com o próximo governo a dar celeridade ao projeto, disse que o valor a ser arrecadado pode ser ainda maior e chegar a R$ 120 bilhões, R$ 130 bilhões.

Questionado sobre o compromisso de partilhar os recursos da cessão onerosa com Estados e municípios, assumida pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, Castello Branco disse que essa é uma atribuição do governo.

Isso não é função da Petrobras. Isso é uma questão do governo. Decisão do Executivo, não é da empresa.

Escolhido por Paulo Guedes, Roberto Castello Branco é professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), onde ocupa o cargo de diretor do Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico.

Tem pós-doutorado pela Universidade de Chicago e é ex-diretor do Banco Central e da Vale.

Ele chegou ao conselho da Petrobras em 2015 por indicação do ex-presidente da mineradora, Murilo Ferreira, que havia sido nomeado por Dilma Rousseff para presidir o conselho da petroleira estatal.

Deixou a empresa no ano seguinte com críticas ao ritmo das mudanças na estatal, que vivia momento agudo da crise pós-Lava Jato. Considerava que as propostas de reestruturação interna e de venda de ativos eram tímidas.

É amigo de Guedes desde a década de 1980, quando este presidiu o Ibmec, rede ensino que fundou.


Edição Bell Kojima/Repórter Coragem

Curta, deixe nos comentários a sua opinião e não esqueça de compartilhar com os amigos



Deixe seu comentário