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Síndrome do bom velhinho
Essa síndrome só aparece na época do Natal. Ela é passageira, como se fosse uma cafubira, o ácaro causador se instala e o coça-coça começa. Muda até a vida das pessoas, mas nada é tão grave que aquele “remédio” para o vírus do Covid, que no Brasil de Bolsonaro foi confundido com piolho, carrapato, a Ivermectina, não resolva. O sujeito que desenvolve a síndrome do bom velhinho, geralmente começa a desenvolvê-la no mês de dezembro e ela se acentua mais nesses sete dias que antecedem o Natal.
Parece que o mecanismo psicológico, descrito por um psicólogo formado em uma faculdade boliviana, funciona assim: o sujeito passa o ano todo pensando nele, só nele, mas, ao escutar os primeiros acordes das músicas de Natal, estas disparam na consciência a visão do mundo desgraçado que o cerca, aí, a partir da consciência desperta, ele resolve ser um sujeito bonzinho.
Promete ser uma outra pessoa a partir deste momento da consciência despertada.
Como a cafubira, isso só dura dez dias no máximo, acabou o Natal ele volta a ser a mesma pessoa de antes.
Estou escrevendo sobre isso porque vejo alguns prefeitos desejando um feliz Natal e um próspero Ano Novo aos seus munícipes. E por que isso me incomoda? Não incomoda só a mim, incomoda você também que está me lendo. Como você pode não se incomodar com o seu prefeito desejando um feliz Natal aos moradores da sua cidade, moradores de bairros em que as ruas estão cheias de lama, lixo jogado nas esquinas, os postos de saúde sem remédios, como esses moradores podem ter um feliz Natal? E o próspero Ano Novo, sem emprego, sem perspectivas de melhorar as condições de vida da sua família, muitos faltando comida na mesa, que próspero Ano Novo é esse?
Prefeitos que passaram o ano todo desviando verbas, fazendo obras com empreiteiras amigas, sendo sócios por baixo dos panos, armando licitações para facilitar suas porcentagens nos ganhos, se locupletando e deixando faltar tudo para o povo. Chega nessa época eles vêm à público e , na maior cara de pau, desejam feliz Natal e um próspero Ano Novo!
Poucos prefeitos podem desejar o Feliz Natal e o próspero Ano Novo aos seus munícipes, poucos. A síndrome do bom velhinho é terrível. Sem a síndrome do bom velhinho, mas acreditando que cada cidadão possa ser um grande Papai Noel na vida das pessoas, transformando a vida de todos e trazendo as bençãos do nosso Deus pai, desejo a todos um Feliz Natal é um Ano Novo cheio de felicidades!!
Por Érico Cavalcanti