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‘Só tinha um feto’, diz diretor de hospital após grávida afirmar que 1 dos gêmeos que esperava sumiu

11/07/2017 - 09h28

O diretor do hospital de Ilhéus, no sul da Bahia, onde supostamente desapareceu um dos gêmeos que a dona de casa Cleidiane Silva dos Santos estava esperando, afirmou que o médico responsável pela cesárea, Fábio Pinheiro, estava preparado para fazer o parto de duas crianças e que ficou “surpreso” quando fez o corte e encontrou apenas um bebê.

O diretor Carlos Lira ainda disse que a mãe foi avisada que, apesar de estar na expectativa de ter dois filhos, apenas um bebê tinha sido gerado.

“Constou no diagnóstico pré-cesariano de gestação gemelar, qual a surpresa quando ele [o médico] abre e só tinha um feto. Esse fato foi presenciado pelo neonatologista que assistiu a criança no momento do parto, confirmando que só tinha uma criança. Segundo a pediatra, porque já investigamos isso, foi informado à própria paciente”, destacou o diretor.

A dona de casa diz, no entanto, que a última ultrassonografia da gravidez dela foi feita no dia 3 de junho, quando ela estava com 37 semanas, e confirma que ela estava grávida de gêmeos e até descreve os dois fetos. A mulher também afirma que, antes do parto, ainda chegou a ser informada no hospital que os dois bebês estavam bem.

“Na hora que eu dei entrada no hospital, a mulher foi, deu o toque e escutou o coração dos dois lados. Escutou dos dois e falou que os dois estavam bem. Aí, ela mandou eu tomar banho e ir para a sala de parto. E na hora que eu tava no parto, só chegaram com um no outro dia ainda, porque o menino ficou no berçário. Aí no outro dia apareceram com um e eu faleu: cadê o outro? Eu vim para a maternidade para ganhar dois e eu estou aqui com a ultrassom, e eu escutei o coração dos dois lá embaixo, e ela [a enfermeira] falou que os dois estavam (sic) bem. E como é que vocês aparecem aqui com uma criança só?”, contou.

A delegada que investiga o caso, Andrea Oliveira, afirmou que a polícia ainda tenta esclarecer o que aconteceu. “Temos duas alternativas: ou a a ultrassonografia está errada, o laudo foi feito de forma errada, ou então realmente havia duas crianças e uma delas está desaparecida. Aí a gente tem que solucionar o caso e ver onde está essa criança”, disse a delegada Andrea Oliveira.

Caso

Cleidiane Silva dos Santos reclama do suposto sumiço de um dos bebês após o parto, que ocorreu no dia 24 de junho, na Maternidade Santa Helena, anexo ao Hospital São José, em Ilhéus. A dona de casa ainda disse que foi sozinha para a maternidade e disse ter passado mal na hora do parto, ter ficado sonolenta e não ter visto quando os bebês teriam nascido. O filho que Cleidiane recebeu se chama Laercio Antony. A outra criança, que se chamaria Bryan Antony, sumiu, segundo ela.

 A dona de casa conta que horas antes do parto ela foi avaliada por uma enfermeira, que disse que estava tudo bem com os dois bebês. “Ela falou bem assim: os dois ‘está’ (sic) bem, porque ela já tinha olhado no negócio [ultrassonografia] que eram dois gêmeos. Ela falou ‘tá bem’ (sic). Aí ela mandou tomar um banho e ela mandou ir para a sala de parto”, disse Cleidiane Santos.

Cleidiane mora sozinha e recebe ajuda dos vizinhos para cuidar do filho. Estava tudo pronto em casa pra receber Laercio e Bryan. “Todo mundo estava esperando de vim gêmeos, aí quando ela foi ter o neném, que veio a resposta mais tarde, era só um, e cadê o outro? Aí a gente não está entendendo”, questiona a tia de Cleidiane, Eva Cavalcante.

“A gente comprou roupa, outras pessoas também me ajudou (sic) muito, teve o chá de fralda também, com o nome dos dois, teve bolo, teve tudo”, disse a Cleidiane. Ao ser perguntada sobre qual o sentimento dela neste momento, ela afirmou: “De revolta e de tristeza, porque eu não posso fazer nada”.

O caso foi registrado na última quinta feira (6), na delegacia de Ilhéus. “Nós estamos encaminhando um ofício ao diretor da maternidade para que ele nos encaminhe o prontuário médico de Cleidiane, assim como nos forneça também, tanto o nome do médico que fez o parto dela, quanto de toda a equipe médica que acompanhou o parto, para que essas pessoas, posteriormente, sejam intimadas e ouvidas aqui em audiência. Até porque, nós precisamos, realmente, definir se houve o nascimento de uma ou duas crianças”, disse a delegada Andréa Oliveira.

Fonte: G1Bahia

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