Teixeira de Freitas fica fora do ranking definitivo das cidades mais desenvolvidas do país
Na última semana, foi a Firjan. Há um ano, a ONU. E há dois, a FGV. Compare lado a lado os três mais relevantes rankings disponíveis sobre desenvolvimento no Brasil
São Paulo – É sempre motivo de controvérsia em EXAME.com as listas de cidades mais desenvolvidas do Brasil. De um lado, moradores muitas vezes não reconhecem os próprios municípios como merecedores de estar entre os primeiros lugares do desenvolvimento nacional. Outros, indignam-se com as cidades que são supostamente melhores que as suas.
Para piorar, a existência de múltiplos rankings faz com que alguns sejam vistos com olhares suspeitos por notas relativamente baixas para uma cidade bem colocada em outro.
Para facilitar uma comparação – e fomentar ainda mais o debate – EXAME.com reuniu as 500 primeiras cidades que aparecem nas três listas mais completas surgidas nos últimos dois anos.
Todas se propuseram a responder à seguinte pergunta, olhando para os 5,5 mil municípios do país: afinal, qual a cidade mais desenvolvida do Brasil?
O mais recente é o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), cuja versão 2014 foi lançada na última semana pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. Neste, a campeã é Louveira (SP).
O segundo é o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), da ONU, que traz a metodologia do famoso IDH para as cidades do Brasil. Divulgado em julho do ano passado, ele consagra em primeiro lugar a paulista São Caetano do Sul.
Por último, a FGV também elaborou seu ranking, sob a forma do Indicador Social de Desenvolvimento Municipal (ISDM), lançado em novembro de 2012. A vencedora é Trabiju, também no estado de São Paulo.
Critérios
Uma reclamação constante é que algumas das cidades que aparecem no topo têm poucas alternativas de lazer, ou possuem problemas de segurança.
Daí, vale lembrar que a medição de desenvolvimento, embora muito ligada ao conceito de qualidade de vida, não se traduz automaticamente na ideia de que estes sejam os melhores lugares para se viver.
Nenhum dos indicadores, por exemplo, mede opções de lazer. Segurança aparece apenas como um subitem do da FGV, mas é ignorado pelos demais.
Na prática, o que há de comum entre eles são os componentes de educação, saúde e renda, mas com várias diferenças naquilo que decidem abarcar.
Veja abaixo o que cada um mede:
IFDM: emprego & renda (geração de emprego, salários médios, desigualdade de renda); educação (matrículas, taxa de abandono no fundamental, nota do Ideb); saúde (óbitos por causa indefinidas e evitáveis, consultas pré-natal).
IDHM: expectativa de vida; educação (escolaridade dos adultos e fluxo escolar dos jovens); renda per capita.
ISDM: Saúde e segurança (taxa de mortalidade infantil, gravidez precoce; taxa de homicídios); habitação (coleta de lixo, energia elétrica, água canalizada, esgotamento sanitário); trabalho (taxa de ocupação e formalização); renda (presença de pobreza e extrema pobreza); educação (proporção de crianças e jovens não alfabetizados).
Vale lembrar que, como precisam pegar dados a nível municipal, todas estas pesquisas têm um relativo atraso em relação ao ano das informações que usam. A FGV e a ONU usam dados de 2010. O mais recente, da Firjan, têm como ano base 2011.
Por isso, se seu município fez um notável progresso em educação nos últimos três anos, esse ganho não aparecerá por aqui.
Confira abaixo a lista.
* Tabela atualizada às 8h do dia 09/06/2014 para correção de erros referentes à coluna da FGV
Para a Firjan (2014) Para a ONU (2013) Para a FGV (2012)
1º Louveira, SP – 0,916 São Caetano Do Sul, São Paulo – 0,862 Trabiju, São Paulo – 6,28
2º São José do Rio Preto, SP – 0,916 Águas De São Pedro, São Paulo – 0,854 Cândido Rodrigues, São Paulo – 6,27
3º São Caetano do Sul, SP – 0,904 Florianópolis, Santa Catarina – 0,847 Águas de São Pedro, São Paulo – 6,27
4º Barueri, SP – 0,904 Balneário Camboriú, Santa Catarina – 0,845 Lobato, Paraná – 6,22
5º Santos, SP – 0,902 Vitória, Espírito Santo – 0,845 Feliz, Rio Grande do Sul – 6,19
6º Votuporanga, SP – 0,902 Santos, São Paulo – 0,84 Terra Roxa, São Paulo – 6,19
7º Amparo, SP – 0,901 Niterói, Rio de Janeiro – 0,837 Lençóis Paulista, São Paulo – 6,19
8º Vinhedo, SP – 0,899 Joaçaba, Santa Catarina – 0,827 Rodeiro, Minas Gerais – 6,18
9º Indaiatuba, SP – 0,897 Brasília, Distrito Federal – 0,824 Oriente, São Paulo – 6,17
10º Jundiaí, SP – 0,895 Curitiba, Paraná – 0,823 Barra Bonita, São Paulo – 6,17
11º Atibaia, SP – 0,888 Jundiaí, São Paulo – 0,822 Lucélia, São Paulo – 6,17
12º Concórdia, SC – 0,885 Valinhos, São Paulo – 0,819 Jales, São Paulo – 6,16
13º Itatiba, SP – 0,884 Vinhedo, São Paulo – 0,817 Bocaina, São Paulo – 6,16
14º Lucas do Rio Verde, MT – 0,884 Araraquara, São Paulo – 0,815 Valinhos, São Paulo – 6,16
15º Lajeado, RS – 0,882 Santo André, São Paulo – 0,815 Tupi Paulista, São Paulo – 6,15
16º Bauru, SP – 0,878 Santana De Parnaíba, São Paulo – 0,814 São Caetano do Sul, São Paulo – 6,15
17º Cajamar, SP – 0,878 Nova Lima, Minas Gerais – 0,813 Dois Irmãos, Rio Grande do Sul – 6,15
18º Chapecó, SC – 0,877 Ilha Solteira, São Paulo – 0,812 Rafard, São Paulo – 6,14
19º Marília, SP – 0,876 Americana, São Paulo – 0,811 Americana, São Paulo – 6,14
20º Santana de Parnaíba, SP – 0,875 Belo Horizonte, Minas Gerais – 0,81 Bady Bassitt, São Paulo – 6,14
21º Mendonça, SP – 0,875 Joinville, Santa Catarina – 0,809 Pedrinhas Paulista, São Paulo – 6,13
22º Araraquara, SP – 0,875 São José, Santa Catarina – 0,809 Lucianópolis, São Paulo – 6,13
23º Balneário Camboriú, SC – 0,872 Maringá, Paraná – 0,808 Quintana, São Paulo – 6,12
24º Campinas, SP – 0,87 São José Dos Campos, São Paulo – 0,807 São Marcos, Rio Grande do Sul – 6,12
25º Matão, SP – 0,87 Blumenau, Santa Catarina – 0,806 Oscar Bressane, São Paulo – 6,12
26º Jaboticabal, SP – 0,869 Presidente Prudente, São Paulo – 0,806 Alvinlândia, São Paulo – 6,12
27º Botucatu, SP – 0,869 Rio Fortuna, Santa Catarina – 0,806 Paraíso, São Paulo – 6,12
28º Ribeirão Preto, SP – 0,868 Assis, São Paulo – 0,805 Palmares Paulista, São Paulo – 6,12
29º Curitiba, PR – 0,868 São Carlos, São Paulo – 0,805 Nova Odessa, São Paulo – 6,11
30º Bebedouro, SP – 0,867 São Bernardo Do Campo, São Paulo – 0,805 Neves Paulista, São Paulo – 6,11
31º Mococa, SP – 0,867 Campinas, São Paulo – 0,805 Novo Horizonte, São Paulo – 6,1
32º Pontes Gestal, SP – 0,867 Porto Alegre, Rio Grande do Sul – 0,805 Fernandópolis, São Paulo – 6,1
33º Nova Lima, MG – 0,866 São Paulo, São Paulo – 0,805 Santa Bárbara d’Oeste, São Paulo – 6,09
34º Cerquilho, SP – 0,865 Jaraguá Do Sul, Santa Catarina – 0,803 Votuporanga, São Paulo – 6,09
35º Maravilha, SC – 0,865 Rio Claro, São Paulo – 0,803 Araras, São Paulo – 6,09
36º Paraguaçu Paulista, SP – 0,865 Rio Do Sul, Santa Catarina – 0,802 Araraquara, São Paulo – 6,09
37º Sorocaba, SP – 0,865 São Miguel Do Oeste, Santa Catarina – 0,801 Nova Lima, Minas Gerais – 6,09
38º Maringá, PR – 0,865 Pirassununga, São Paulo – 0,801 Ilha Solteira, São Paulo – 6,08
39º Catanduva, SP – 0,864 Bauru, São Paulo – 0,801 Vinhedo, São Paulo – 6,08
40º São Paulo, SP – 0,864 Taubaté, São Paulo – 0,8 Poços de Caldas, Minas Gerais – 6,08
41º Itajaí, SC – 0,864 Concórdia, Santa Catarina – 0,8 Itabirito, Minas Gerais – 6,08
42º Patos de Minas, MG – 0,862 Botucatu, São Paulo – 0,8 Formiga, Minas Gerais – 6,08
43º Apucarana, PR – 0,862 Vila Velha, Espírito Santo – 0,8 Guaiçara, São Paulo – 6,07
44º Paraíso, SP – 0,861 Ribeirão Preto, São Paulo – 0,8 Jaborandi, São Paulo – 6,07
45º Piracicaba, SP – 0,861 Rio De Janeiro, Rio de Janeiro – 0,799 Pará de Minas, Minas Gerais – 6,07
46º Potirendaba, SP – 0,86 Goiânia, Goiás – 0,799 Estiva Gerbi, São Paulo – 6,07
47º Iacanga, SP – 0,86 Guaratinguetá, São Paulo – 0,798 Taiúva, São Paulo – 6,07
48º São Bernardo do Campo, SP – 0,859 Marília, São Paulo – 0,798 Varginha, Minas Gerais – 6,07
49º Bento Gonçalves, RS – 0,859 Sorocaba, São Paulo – 0,798 Assis, São Paulo – 6,06
50º Eusébio, CE – 0,856 Fernandópolis, São Paulo – 0,797 Cruzália, São Paulo – 6,06
Fonte Exame