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“Vida é mais bonita do que era nas drogas”, diz jovem que arrancou os próprios olhos

11/03/2018 - 13h14

A americana Kaylee Muthart, de apenas 20 anos, voltou para casa nessa semana depois de passar quase um mês em hospitais e clínicas psiquiátricas. A jovem deu entrada no Greenville Memorial Hospital no dia 6 de fevereiro deste ano, após ser encontrada arrancando os próprios olhos do lado de fora de uma igreja na cidade de Anderson, na Carolina do Sul, nos Estados Unidos.

O incidente ocorreu quando a jovem estava sob efeito de metanfetamina, droga altamente viciante que pode induzir a comportamentos psicóticos. À “PEOPLE”, ela contou que experimentou a droga pela primeira vez influenciada por um colega de trabalho. “Eu fiz um vídeo de mim mesma quando usei metanfetamina, eu fiquei acordada por três dias seguidos. Por fim, fui levada para casa, fiquei sóbria e assisti aos vídeos. Então decidi que tiraria essa pessoa da minha vida e parei de usar a droga”.

Vozes e alucinações

Depois de um período sem usar, Kaylee voltou a consumir metanfetamina porque sentiu-se sozinha e isolada. Na manhã do dia 6 de fevereiro, ela conta que teve uma alucinação que distorceu sua percepção de seu relacionamento com Deus e a levou ao terreno de uma igreja em sua cidade. “Eu pensei que todas as pessoas que já morreram estavam presas em suas covas, que Deus estava sozinho no céu, e que eu tinha que sacrificar alguma coisa importante para poder libertar todo mundo”, contou.

“Foi assustador. Eu não entendia o que Deus queria de mim, mas fui tomada por um senso de justiça e senti que eu teria que ser a pessoa a fazer aquilo”, lembra. “E fiquei feliz em fazê-lo, porque sempre tive um grande coração e ninguém nunca me deu esse amor de volta”.

À medida que ela se aproximava da igreja, sentia que o tempo estava se esgotando, então ela fez seu “sacrifício”. “Eu comecei puxar meus olhos para fora com as minhas mãos, então os torci e arranquei”, conta. Ela foi encontrada por um pastor, e disse que pediu a ele que rezasse por ela.

Quando Katy Tompkins, mãe de Kaylee, chegou ao hospital, recebeu a notícia que sua filha tinha ficado cega.

Katy Tompkins e a filha, Kaylee Muthart

“Prefiro ser cega e eu mesma do que ser a Kaylee drogada”

Já em casa, a jovem conta que está aprendendo a viver sem a visão, mas está tranquila. “É a mesma vida, mas eu estou aprendendo tudo de uma nova maneira. A vida é mais bonita agora do que era quando eu estava nas drogas. Era um mundo horrível para se viver”, disse.

Aos poucos, ela está tentando se reconectar com a sua fé e tem se surpreendido com a nova maneira como “vê” o mundo. “Às vezes eu esqueço que sou cega porque eu sei o que tem ao meu redor. Eu sei como é a casa da minha mãe, por exemplo. Você ainda enxerga, mas não com os olhos. É difícil explicar porque nem eu entendo ainda”.

“Eu finalmente posso ser a Kaylee de novo, assim como era 10 anos atrás. Apenas melhor”, finaliza.


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