Agindo de forma irregular, Guarda Municipal de Teixeira de Freitas comete abusos e revolta população
Teixeira de Freitas não possui Guarda Municipal regulamentada, mas, há anos, ainda na gestão de Apparecido Staut, foi realizado um treinamento para as pessoas que prestaram concurso para vigilantes. Estas foram colocadas nas ruas e a elas dito que possuíam poder de polícia.
O resultando não poderia ser outros: os vigias acham que são guardas municipais, agem como se fossem, achando que têm poder de polícia. Mas, não têm, haja vista que para possuir esse poder, além de passar por treinamentos específicos, como passou, precisa ser regulamentada, o que não ocorreu até o presente momento.
Durante o treinamento, que foi realizado no interior do 13º BPM, inclusive, com arma de fogo, também foram feitos testes como os dos policiais, tudo atendendo a um pedido do, na época, secretário de Segurança Pública, Clóves Guerra.
Depois do treinamento, os vigias passaram a andar portando cassetete e algemas. Depois, algumas viaturas do Programa Nacional de Segurança com Cidadania foram conseguidas através de um convênio firmado entre o município e o governo federal.
Os vigias, então, passaram a fazer rondas pela cidade em uma viatura padronizada, que tem até sirene de carro de polícia, o que deixou os vigias ainda mais vaidosos, levando-os a cometer alguns abusos. Como o que ocorreu na tarde de quarta-feira, 10 de julho, quando alguns vigias municipais foram ao centro comercial com a missão de afastar alguns camelôs que vinha praticando o comércio de forma ilegal. Mas, ao chegar ao local, eles causaram uma briga generalizada entre eles, camelôs e população.
Durante o episódio, um vigia teria agredido fisicamente alguns camelôs, que revidaram a agressão. Os vigias entenderam o revide como desacato à autoridade e deram voz de prisão a um dos vendedores ambulantes, o Carlos Kaleu Vale, 27 anos, que teria vindo de Feira de Santana e estava comercializando seus produtos acompanhado de sua esposa e seu filhinho. Durante as agressões, tanto Carlos, quanto sua esposa Francisca Rogiele, de 18 anos, foram agredidos fisicamente, sendo que em ambos os sinais de agressões eram visíveis.
Para que a Guarda Municipal seja regularizada é preciso que um projeto de lei seja encaminhado à Câmara de Vereadores, lá discutido e colocado em votação, para ser aprovado; o que não ocorreu até o momento.
Enquanto a guarda não for regulamentada, os vigias podem até se utilizar da viatura, mas, apenas para vigiar o patrimônio público municipal, como colégios, secretarias; fazendo ao mesmo tempo o trabalho de proteção a esse prédios.
Para se ter uma ideia dos erros que vêm sendo cometidos pelos vigias, ele tratam um ao outro como se fossem da polícia. Existe comandante, subcomandante e outras funções dentro da organização, um saúda o outro com continência, imitando a Polícia Militar.
Isso leva os vigias a se sentirem como policiais, quando, na verdade, são apenas vigias do patrimônio público municipal. Até quando a Guarda Municipal continuará realizando o trabalho de forma irregular? Será que não existe interesse do município em regularizar essa questão?
Numa cidade em desenvolvimento como Teixeira de Freitas é imprescindível poder contar com uma Guarda Municipal devidamente regularizada, o que pode ajudar às forças de segurança e dará aos vigias mais conforto no trabalho.
Por Jotta Mendes/ Repórter Coragem