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Amante suspeita de mandar matar empresário da Telexfree é presa

22/07/2016 - 09h21

Os dois comparsas de Daiane Dias foram presos na noite de quarta-feira

Dorian da Silva Santos2

Daiane de Oliveira Dias, 20 anos, foi presa e liberada na quinta-feira (21), em Feira de Santana. Ela é apontada pela polícia como a mandante do assassinato do empresário Dorian da Silva Santos, 29 anos, encontrado morto na terça-feira (19). Os comparsas da mulher, Davi Rios de Oliveira, o Davi Gordo, 21 anos, e Joanderson Menezes Lima, 24, foram presos na noite de quarta-feira (20).

A suspeita foi ouvida na Delegacia de Homicídios de Feira de Santana, mas vai responder em liberdade. Não conseguimos confirmar o motivo da liberação.

O titular da unidade, delegado Gustavo Coutinho, contou que Davi e Joanderson foram presos com o carro do empresário, uma Hilux branca. “Eles trocaram a placa e usaram o veículo para praticar um assalto. Roubaram o celular de uma pessoa na região do Feira X, mas foram localizados, perseguidos e presos próximo ao Hospital Clériston Andrade. Na delegacia, eles confessaram os dois crimes”, afirmou.

A polícia descobriu que Dorian e Daiane mantinham um relacionamento amoroso há três anos. A mulher é natural de Salvador, mas os pais dela moram no povoado de Cabaceiras, no município Serra Preta, mesma cidade em que Dorian vivia. O delegado informou que, atualmente, a suspeita reside em Feira de Santana, mas não soube dizer em qual bairro nem há quanto tempo ela está na cidade.

No sábado (16), Daiane conheceu Davi Gordo, um traficante de Feira de Santana. “Durante o encontro, ela contou que mantinha um relacionamento com um empresário, um homem que tinha dinheiro. Foi então que surgiu a ideia de forjar um assalto, para ficarem com o carro e o dinheiro da vítima”, contou o delegado.

O crime

Um dia antes do assassinato, Daiane e Davi Gordo se encontraram novamente para articular o crime. Por volta das 15h de terça-feira, ela ligou para Dorian e disse que queria encontrá-lo. No momento da ligação, a vítima estava com um amigo na Avenida João Durval.

Davi Gordo e Joanderson

O encontro foi marcado no antigo posto da Polícia Rodoviária Federal, um local que Dorian não conhecia. “Eles trocaram mensagens. Ele perguntou os detalhes do endereço e ela foi orientando. Ele pensava que estava indo para a casa dela, mas, na verdade, ela marcou na casa do comparsa, o Davi Gordo”, contou o delegado.

O empresário encontrou com Daiane e o casal ficou junto. Quando ele estava deixando a casa, foi surpreendido por Davi Gordo e Joanderson que anunciaram o assalto. Segundo a polícia, Dorian reagiu a abordagem, mas foi dominado pelos bandidos. Ele e a mulher foram amarrados pelos criminosos, mas a vítima percebeu a armação.

“O Dorian olhou atravessado para a mulher e disse: ‘Foi você quem armou tudo isso, eu sei’. Foi aí que eles ficaram com medo de a vítima procurar a polícia e resolveram matar o empresário”, afirmou Coutinho.

Trajeto para a morte

O grupo seguiu na Hilux pela BR-324, com a vítima amarrada no baco traseiro do veículo. Para não serem rastreados pelo aparelho celular do empresário, os suspeitos lançaram o iPhone pela janela do carro enquanto fugiam. Depois pegaram a BR-101 e foram até o povoado de Caetano, no distrito de Humildes, em Feira de Santana, onde mataram Dorian.

Segundo a polícia, foi Joanderson quem atirou no empresário. Foram seis disparos, todos na boca, com um revólver calibre 32. Os dois suspeitos presos vão responder por latrocínio, no caso do empresário, e por roubo, no caso do celular roubado na quarta-feira.

Dorian ficou conhecido por fazer parte da Telexfree, empresa de venda do serviço de voz pela internet (Voip), como o Skype ou o Google Talk e ganhou visibilidade em 2013. Na época, mais de 1 milhão de brasileiros fizeram parte da negociação e muitos perderam os investimentos.

A Justiça brasileira entendeu que a companhia trabalhava com um sistema de pirâmide financeira, em que se ganha dinheiro com o recrutamento de mais participantes, o que é proibido por lei. Em abril deste ano, a empresa foi multada em R$ 5,5 milhões pelo esquema. O caso tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Fonte Correio


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