Destaque

Assaltante morto por mototaxistas praticava crimes desde a infância

20/05/2017 - 14h02

Morto na noite da última terça-feira (16) Thiago Evangelista da Silva,  respondia, entre outros crimes, pelo de latrocínio que é  um crime complexo que só se confirma com roubo juntamente com lesão lorporal grave ou morte. Ele juntamente com dois comparsas, a bordo de um veículo VW/Gol, deram voz de assalto e atiraram contra um policial Militar em Mangabinha na cidade de Itabuna em junho de 2014.

Na ocasião o policial revidou atirando contra o comparsa de Thiago identificado como Jonathan de Jesus Silva, que ficou ferido vindo a falecer posteriormente, na unidade médica, em decorrência dos ferimentos. Thiago fugiu na moto do policial mas foi abordado e preso.

Também em 2014, ainda em Itabuna foi, novamente, preso acusado de assalto a motos. O fato, na época, foi noticiado pelo site radar de notícias

   O marginal ainda é suspeito de cometer diversos assaltos, tendo sido reconhecido por várias vítimas. Quando menor, cumpriu medida socioeducativa.

Em Teixeira de Freitas, tem-se conhecimento de que era a segunda vez que o delinquente escolhia a classe mototaxista como vítima levando no último assalto, R$ 555 provenientes das corridas que o mototaxista fez e o celular. Pelo seu histórico parecia ter preferência por assaltar motociclistas.

A morte do marginal, em razão da brutalidade com que foi efetuada, comoveu a cidade teixeirense e causou danos morais a categoria.

Em conversa com os mototaxistas, tomamos conhecimento da situação de vulnerabilidade e consequentemente de estresse que se encontra a categoria. Para eles, com o aumento da criminalidade e em razão da acessibilidade da profissão, está cada dia mais perigoso trabalhar. Ainda de acordo com os profissionais a união entre eles é a única forma de impor respeito, não diante da sociedade que é inocente, mas diante de pessoas mal intencionadas que sabem que eles andam com dinheiro no bolso para poder dar troco aos usuários.

Apesar da justificativa, todos os profissionais consideraram a ação dos colegas, exagerada. Mesmo assim, deixaram transparecer que não abrem mão de se defenderem mutuamente e que dessa determinação, depende a vida deles e de suas famílias.

Conversamos também com alguns cidadãos, não aqueles que se manifestaram nas redes sociais, procuramos saber a opinião de quem se manteve em silêncio. Será que as manifestações nas redes sociais representam o pensamento da maioria? Foi difícil fazer com que o cidadão, a princípio, se manifestasse. Eles sabiam o que deveriam, segundo a sociedade, falar, mas, ao perceberem que podiam ficar a vontade e que seus nomes não seriam divulgados, se expressaram com liberdade.

O que descobrimos foi que, apesar de não aprovarem a violência, muitos se sentiram vingados. O comerciante A, morador do São Lourenço disse:

   “Tem um povo que vive no bem bom, protegido, e que nunca teve uma arma na nuca, que acha bonito defender ladrão. Sabe-se lá quantos crimes esse cara já cometeu e quantas outras vítimas ele faria?”.

Na fila do banco um senhor pontuou enquanto o outro falava que o crime era bárbaro:

  Eu já fui assaltado por dois jovens. Eu não reagi mas eles ficavam o tempo todo me torturando e falando da vontade que eles tinham em meter um balaço na minha cabeça, foi horrível. Para mim, marginal bom, é marginal morto. Eu dei sorte, mas tenho certeza que aqueles caras já mataram e vão fazer outras vítimas”, confessou.

A maioria dos entrevistados compartilha, em maior ou em menor grau, dos sentimentos explícitos na fala dos dois cidadãos citados

Tanto mototaxistas como cidadãos comuns, foram enfáticos em afirmar que o aumento da criminalidade e a insegurança em que a comunidade se encontra se dão pela sensação de impunidade e pela forma romântica com que a criminalidade é encarada por quem nunca viveu o desespero e a fragilidade de ter suas vidas nas mãos de delinquentes.

   A frase “marginal está tendo mais valor que gente de bem” foi pronunciada várias vezes.


Katia Armini/Foconopoder

Edição Bell Kojima/Repórter Coragem


Entenda o caso:



Deixe seu comentário