Calheiros afirma que se jornalista tivesse esboçado algum tipo de reação poderia ter havido “consequências imprevisíveis”
O fato ocorrido na tarde quarta-feira, 4 de dezembro, quando o secretário de Segurança Com Cidadania de Teixeira de Freitas, coronel Bartolomeu Correia Calheiros, acabou se envolvendo em uma confusão e dizendo palavras ofensivas ao jornalista Ary Vieira do “Teixeira Agora”, continua repercutindo perante a sociedade, que vem repudiando a atitude daquele que foi escolhido pelo prefeito João Bosco Bittencourt (PT) para cuidar da segurança do povo.
Uma declaração do coronel Calheiros ao marqueteiro Dilvan Coelho, do blog “Foco no Poder” causa estranheza na sociedade e mostra que o coronel está aquém do cargo que vem exercendo desde 1º de janeiro, quando tomou posse.
Segundo o “Foco no Poder”, o secretário teria dado a seguinte declaração: “Se o jornalista tivesse esboçado algum tipo de reação poderia ter havido desdobramento de consequências imprevisíveis”, no que o coronel deixa claro que não estava de brincadeira quando enfrentou, xingou e, de certa forma, intimidou o jornalista.
As declarações do secretário deixam claro que caso houvesse alguma reação por parte do repórter o fato poderia terminar em morte, algo lamentável de se dizer por quem é responsável justamente pela segurança pública do município.
A declaração do coronel merece até certo cuidado da Associação de Imprensa do Estremo Sul, onde o repórter é associado. Cuidado que deve ser tomado também pela sociedade organizada, que não pode aceitar falas em tons de ameaça de ninguém, sobretudo de quem deveria evitar qualquer conflito.
Porém, a declaração do coronel deixa claro que ele nunca esteve preparado para comandar a segurança do município, haja vista que, durante a coletiva de imprensa em que prestaram contas do Teixeira Folia, ao comentar o fato de uma pessoa ter morrido no circuito da festa, o secretário teria falado: “A vítima morreria em qualquer lugar que ela estivesse aquele dia, lamentavelmente, foi no circuito da festa”, como se a morte ocorrida durante a festa fosse um episódio natural que a segurança do local não tivesse como evitar.
Espera-se que haja uma postura crítica da sociedade em relação à fala do coronel Calheiros, até porque a declaração não atinge apenas um membro da imprensa, mas, toda a imprensa, assim como toda a sociedade, que se vê afrontada com um discurso de violência, justamente de quem deveria evitar qualquer ato desta natureza.
Por Jotta Mendes/Repórter Coragem