Cheques do Tribunal de Justiça da Bahia motivaram operação contra secretário de Alcobaça, Alex Sandro
Por Márcio Hack
Uso ilegal de cheques do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA) motivou Nemora de Lima Jansen, juíza substituta de Alcobaça, autorizar a busca e apreensão na casa do secretário da Administração de Alcobaça, Alex Sandro Brás Silveira.
A decisão da juíza foi publicada no último dia 9 de dezembro em atendimento ao pedido do promotor João Batista Madeiro.
A magistrada decidiu que fosse “realizada busca e apreensão nos endereços ali indicados, que indicam a prática de crimes por Alex Sandro Braz Silva, consistentes na ilegal utilização de cheques do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia e a necessidade da medida”.
Pois havia indícios veementes de que o investigado ainda está mantendo em seu poder cheques do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, para utilização indevida, os quais constituem supostos objetos/corpo crime.
Segundo a juíza, “constam dos documentos o presente indício da prática de crime pelo sr. Alex Sandro Brás Silveira, bem como de que objetos e instrumento do delito possam ser encontrados nos locais indicados (…). Diante do exposto, determino a busca e apreensão nos locais requeridos tendo em vista indícios veementes de que podem ser encontrados cheques, canhotos de talões, recibos, anotações, arquivos digitais ou quaisquer outros elementos utilizados para a prática do crime”.
Versão de Alex
Na sessão da Câmara da última segunda-feira (9/12), o secretário fez uso da palavra e fez um discurso emocionado. Afirmou inocência e recebeu muitas palavras de apoio pelas redes sociais.
Pelo Facebook, Alex criticou a ação da polícia em sua casa e reclamou de política.
“Pois bem, hoje pela manhã fui acordado/retirado de minha cama, com duas equipes da Polícia Tática (CETO) com uma ordem de busca e apreensão de supostos objetos/documentos de prática criminal. 08 homens armados de fuzis me questionando inclusive sobre a existência de armas e drogas, tudo sendo jogado no chão, tudo sendo revirado, tudo mediante uma ordem judicial para apuração do crime que ainda não sei qual é”, escreveu Alex.
E continuou: “Entendo as posições partidárias e políticas de Alcobaça, entendo que não sou unanimidade ante muitos, mas das poucas coisas que sei que tenho, como a minha família (pai, mãe, filha e irmãos) também, é um nome que nunca esteve envolvido em nada ilícito, portanto, nesse momento, solicito um mínimo de respeito por parte de todos”.
A polícia nega que tenha perguntado por drogas.
Alex disse ainda que “no site do TJ-BA é possível verificar se existe algum processo criminal instaurado, se existe algum mandado de prisão ou mesmo procedimento criminal instaurado.
Não tive em nenhum momento ordem de prisão decretada ou sequer fui preso! Sei que isso pouco importa para quem deseja o meu mal, afinal de contas, alguns se prostraram exatamente para ver isso acontecer. No site do TJ-BA é possível verificar se existe algum processo criminal instaurado, se existe algum mandado de prisão ou mesmo procedimento criminal instaurado”.
No entanto, o servidor se esqueceu de citar que existem dois procedimentos abertos: os de número 0000653-21.2013.805.0005 e 0000652-36.2013.805.0005, os quais podem ser consultados através do link: http://www.tj.ba.gov.br/servicos/consulta_processual/index.htm
Não se sabe, agora, o que irá dizer o servidor sobre as declarações da juíza.
Operação na Fiat Ceolin
A Polícia Civil de Alcobaça cumpriu, na manhã desta quarta-feira (11/12), mais um mandado de busca e apreensão na concessionária Fiat Ceolin de Teixeira.
Segundo informações, a polícia estava atrás de um cheque emitido pelo secretário de Administração de Alcobaça, Alex Sandro Braz Silveira.
O delegado Robson Marroci esteve na concessionária e não quis falar com a imprensa.