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Lava Jato denuncia Gim Argello, Delúbio, Odebrecht e mais 16 pessoas

06/05/2016 - 16h40

Odebrecht, Marcos Valerio, Delubio e Gim

O Ministério Público Federal denunciou hoje (06) o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) e o empreiteiro Marcelo Odebrecht, além de Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, e Léo Pinheiro, presidente da empreiteira OAS, todos por corrupção.

A força-tarefa da Operação Lava Jato denunciou também mais 16 pessoas, como o publicitário Marcos Valério, condenado no mensalão, e o empresário Ronan Maria Pinto, dono do jornal Diário do Grande ABC.

De acordo com o Ministério Público, os acusados cometeram crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e obstrução à investigação.

Os procuradores pedem o confisco de R$ 7,5 milhões e 200 mil euros, além da aplicação de multa de R$ 70 milhões, correspondente ao dobro do total de propina. Segundo o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, o valor envolvido na corrupção das duas acusações de hoje é R$ 30 milhões.

Petrobras

A denúncia contra Gim Argello, Marcelo Odebrecht, Ricardo Pessoa e Léo Pinheiro aponta que o ex-senador, em parceria com dirigentes das empreiteiras envolvidas no esquema corrupção na Petrobras, acertaram vantagens indevidas.

Entre os meses de abril e dezembro de 2014, houve pagamento de propina para obstruir os trabalhos das CPIs (comissões parlamentares de inquérito instauradas) no Senado e na Câmara dos Deputados.

As CPIs foram abertas para apurar atos ilícitos cometidos contra a petroleira e, conforme se constatou, houve o acerto de pagamento de propina para evitar a convocação de empreiteiros para prestarem depoimento.

Argello era membro da CPI do Senado e vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, formada por deputados e senadores. A ideia era cobrar R$ 5 milhões de cada uma das empreiteiras envolvidas.

As investigações apontaram o acerto com quatro empreiteiras: UTC, OAS, Toyo Setal e Odebrecht. Argello pediu propina também às empresas Andrade Gutierrez, Engevix e Camargo Côrrea, que não aceitaram o pedido.

A denúncia envolve:

  • Gim Argello;
  • Jorge Afonso Argello Junior;
  • Paulo Cesar Roxo Ramos;
  • Valério Neves Campos;
  • José Adelmário Pinheiro Filho (Léo Pinheiro);
  • Roberto Zardi Ferreira;
  • Dilson Cerqueira de Paiva Filho;
  • Ricardo Ribeiro Pessoa;
  • Walmir Pinheiro Santana;
  • Marcelo Bahia Odebrecht;
  • Claudio Melo Filho.

Diário do Grande ABC

O dono do jornal Diário do Grande ABC, Ronan Maria Pinto, responderá por lavagem de dinheiro. A denúncia envolve R$ 6 milhões, provenientes de um empréstimo fraudulento no Banco Schahin.

O valor representa a metade do total de R$ 12 milhões repassados pela instituição financeira a José Carlos Bumlai, que seria o interlocutor do PT (Partido dos Trabalhadores), em outubro de 2004.

O empréstimo foi alvo de acusação feita pelo MPF em dezembro do ano passado. A denúncia apresentada agora é um desdobramento dos fatos apurados naquela época.

De acordo com as investigações, foi constatado que os R$ 6 milhões foram destinados a Ronan Maria Pinto. Para entregar o dinheiro, foi estruturado um esquema criminoso que, entre os meses de outubro e novembro de 2004, contou com a participação de pessoas ligadas ao PT e terceiros envolvidos na operação de lavagem do dinheiro.

Além de Ronan Maria Pinto, estão na segunda denúncia:

  • Sandro Tordin;
  • Marcos Valério Fernandes de Souza;
  • Enivaldo Quadrado;
  • Luiz Carlos Casante;
  • Breno Altman;
  • Natalino Bertin;
  • Oswaldo Rodrigues Vieira Filho;
  • Delubio Soares de Castro.

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