Caso tiago da lagoa

NHT conclui inquérito do homicídio de Tiago da Lagoa; Rafael Chapoca é apontado como mandante

28/08/2019 - 11h45Por: Edvaldo Alves/Liberdade News

A Polícia Civil (PC), Núcleo de Homicídio e Tráfico (NHT) da 8ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), seguindo uma linha forte de investigação que tem sufocado o crime organizado e desestabilizado os grupos criminosos da cidade, chegou à conclusão de mais um homicídio, com elucidação e pedido de prisão dos envolvidos.

Trata-se do assassinato de Tiago de Jesus Bandeira, vulgo Tiago da Lagoa, 27 anos, crime ocorrido na noite do dia 9 de agosto de 2018, quando 2 criminosos se aproximaram e abordaram a vítima no momento em que a mesma se encontrava no “Beco do Belo”, no bairro da Lagoa, no Centro de Teixeira de Freitas.

Segundo informações, os criminosos mandaram que o Tiago se ajoelhasse, oportunidade em que o indivíduo que estava de carona na motocicleta efetuou vários disparos de arma de fogo contra a vítima, sendo 1 na boca, 1 na clavícula direita e 1 no braço direito. O Tiago da Lagoa acabou falecendo ainda no local sem qualquer chance de defesa. Após a prática do crime, os executores deixaram o local com a motocicleta, tomando rumo ignorado.

O caso foi para a equipe do NHT, aos cuidados dos delegados, Manoel Andreetta e Bruno Ferrari, os quais após o desenvolvimento das investigações, imprimidas em conjunto com os investigadores, Sérgio Adriano e Alexandre Augusto, apuraram que a vítima estava envolvida com o tráfico de drogas no mesmo bairro onde foi assassinado.

O Tiago trabalhava como ‘menino de pista’ para o grupo de traficantes denominado Grupo do Gueto, tendo como chefe direto a pessoa de Rafael Conceição Oliveira, o Chapoca. De fato, a vítima chegou a ser presa por duas vezes por envolvimento como o tráfico de drogas, figurando também como vítima de tentativa de homicídio no ano de 2016, praticada pelos integrantes do seu próprio grupo, que acabaram concluindo o ‘serviço’ através de seus executores, João Lucas da Silva Batista, 18 anos, que estava de carona na motocicleta, figurando como o autor dos disparos e um segundo executor não identificado, conhecido por Lacraião ou Secão, o piloto da motocicleta utilizada para abordar a vítima”, explicou o delegado Andreetta.

João Lucas da Silva Batista e Lacraião ou Secão

Com efeito, o crime foi praticado a mando de Rafael Chapoca, tendo como motivação o fato da vítima ter dado um ‘derrame’, ou seja, se apropriado do valor em dinheiro correspondente a certa quantidade de drogas que a mesma havia pego de seu chefe Chapoca, para vender. Não obstante, informações dão conta de que a vítima não pagou o dinheiro para os integrantes do seu grupo porque um de seus ‘clientes’ pegou a droga que estava na sua responsabilidade e fugiu da cidade, não lhe repassando o dinheiro. Além disso, a vítima também devia ao grupo uma arma de fogo, a qual teria sido apreendida por uma guarnição da Polícia Militar em 2016, fato que motivou o primeira tentativa de homicídio praticada pelo grupo contra a vítima”, acrescentou o delegado.

Ainda segundo Andreetta, por conta disso, Tiago da Lagoa vinha recebendo ameaças de morte por parte de seu ex-chefe (Rafael Chapoca), sendo certo que a vítima ainda tentou parcelar a dívida para promover o pagamento, fato que, contudo, não foi aceito pelo grupo.

É preciso que os nossos governantes voltem a ocupar os espaços e as lacunas deixadas no seio da comunidade que, hoje em dia, estão ocupadas pela criminalidade. A implementação de políticas públicas, como saneamento básico, saúde, educação, segurança, estruturação familiar, enfim, medidas que permitam o resgate da pessoa humana e insiram na comunidade valores como a dignidade. Só assim, permitirão um combate mais efetivo à criminalidade, no momento em que passarem a melhorar a qualidade de vida da população”, acrescentou.

É preciso transformar cada membro em um agente multiplicador do bem, desarticulando o núcleo de atuação e de influência dos malfeitores, principalmente quando esses valores alcançam as camadas menos favorecidas e vulneráreis da nossa comunidade”, finalizou o delegado, Manoel Andreetta, que além de realizar um trabalho efetivo no combate ao crime e à impunidade, vem realizando um trabalho de prevenção nas escolas públicas, com palestras, seminários, oficinas, entre outros.

Diante da gravidade da situação, foi pleiteada a concessão da prisão preventiva dos envolvidos no crime, visando garantir a garantia da ordem pública e a aplicação da Lei Penal. O procedimento foi devidamente finalizado, saneado e relatado no NHT.

Edição: Bell Kojima


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