Polícia Civil prende pais adotivos de Eloá, criança de 2 anos morta em Teixeira de Freitas
Na tarde deste sábado (25), a Polícia Civil de Teixeira de Freitas prendeu M. D. A. V. de J., de 42 anos, e S. J. R., de 41 anos, pais adotivos da menina Eloá Araújo de Souza, de apenas 2 anos. A criança foi levada ao Hospital Municipal Sagrada Família no dia 21 de janeiro já sem sinais vitais e não resistiu, mesmo após tentativas de reanimação realizadas pela equipe médica.
A investigação começou após a comunicação do hospital, que identificou uma série de lesões no corpo da criança, incluindo escoriações no tronco, face, membros e crânio, além de sangramentos nasal e oral. A mãe adotiva alegou inicialmente que a morte foi causada por uma queda da cama, versão que foi desmentida pelos laudos periciais.
Laudos apontam agressões e desnutrição severa
O exame de necropsia revelou que Eloá sofreu agressões em diferentes momentos, constatadas por lesões recentes e antigas, além de sinais de hemorragia no crânio, indicando violência continuada. Também foi constatada desnutrição severa: a criança pesava apenas 8 kg, índice que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), caracteriza desnutrição grave.
Os peritos identificaram ainda uma hemorragia retroperitoneal causada por um instrumento contundente que atingiu a região lombar. Esse ferimento é incompatível com a alegação de queda apresentada pela mãe.
Outras lesões também foram registradas, incluindo feridas contusas, escoriações e marcas compatíveis com mordeduras humanas, distribuídas em várias partes do corpo, como couro cabeludo, tórax, abdômen, pernas e braços. Segundo o laudo, as marcas variavam entre lesões recentes e antigas.
“O padrão das lesões sugere que a vítima foi submetida a agressões físicas repetidas e não a um único evento traumático acidental”, apontou o relatório.
Na residência onde a criança vivia, a perícia encontrou manchas compatíveis com sangue no colchão e nas grades do berço, além de respingos na parede. Os materiais foram recolhidos e encaminhados para análise de DNA, com o objetivo de confirmar se pertenciam à vítima.
Prisão temporária e continuidade da investigação
Com base nas evidências encontradas e na inconsistência das versões apresentadas pelos pais adotivos, o Núcleo de Homicídios de Teixeira de Freitas solicitou à Justiça a prisão temporária do casal. O pedido foi acatado pelo Ministério Público Estadual e deferido pela Vara do Júri da Comarca de Teixeira de Freitas.
Neste sábado, a equipe policial deu cumprimento aos mandados de prisão. O casal permanecerá detido na Delegacia Territorial de Teixeira de Freitas até a audiência de custódia e, posteriormente, será transferido para o Conjunto Penal de Teixeira de Freitas. As investigações continuam para esclarecer todos os detalhes do caso.