Relatório da Fenaj mostra Gel Lopes como um dos três jornalistas assassinados no Brasil em 2014
Relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) aponta que 129 jornalistas sofreram algum tipo de violência no Brasil em 2014. Segundo o relatório, foram três assassinatos, um caso a mais do que os registrados em 2013. O relatório da Fenaj mostra que a maioria das mortes foi registrada no estado do Rio, com dois casos.
Entre os casos está o do repórter cinematográfico Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, morto após ser atingido por um explosivo, durante uma manifestação no Centro do Rio. Os dois réus, Caio Silva de Souza e Fábio Raposo vão a júri popular. O julgamento ainda não tem data marcada.
A outra morte ocorreu em Miguel Pereira, município no Centro-Sul do estado. Em fevereiro do ano passado, Pedro Palma, dono e único repórter do jornal Panorama Regional foi assassinado com três tiros, na porta de sua casa. Ele fazia denúncias de corrupção, contra políticos do sul fluminense.
A mulher de Pedro Palma acompanhou a divulgação do relatório nesta quinta-feira ( 22), na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio. Ela cobrou justiça. “Vai fazer um ano, ele tá virando uma estatística. Então o que é que vai colaborar daqui pra frente para toda a categoria? Ele foi assassinado na porta da minha casa e eu não ter resposta nenhuma? então a gente tá lutando é por justiça”, disse.
O caso do jornalista Jeolino Lopes Xavier, o “Gel Lopes” de 44 anos, executado em Teixeira de Freitas, Bahia, em 27 de fevereiro, também de 2014, foi o único caso fora do estado do Rio de Janeiro, caso esse que ainda encontra sem solução, mesmo estando prestes a completar um ano.
O relatório revela ainda que houve uma queda de 30% no número de agressões contra os profissionais de imprensa no ano passado. Em 2013, foram 181 casos contra os 124 registrados no ano passado.
Os dados mostram que a Região Sudeste concentrou mais da metade das agressões. A grande maioria dos casos ocorreu nos protestos nas ruas. São Paulo e Rio de Janeiro foram os estados que mais tiveram jornalistas feridos. Segundo o relatório, a maior parte da violência partiu de policiais. Em seguida, dos manifestantes, políticos e assessores.
Para o presidente da FENAJ, Celso Augusto Schroder, as agressões que vitimam os jornalistas devem ser cobradas. “Isto é um primeiro passo que nós temos que fazer. Identificar efetivamente, fazer processos eficientes, e cobrar que os processos judiciais apurem. Por isso uma federalização de investigação seria importante, ou seja, nos locais que isso não for feito, seja qual for a razão, seria importante que pudessemos estimular um setor nacional, federal que pudesse concluir essas investigações”.
Com informações G1