Teixeira: Disputa judicial envolvendo divórcio teria motivado duplo feminicídio em loja de motos
A disputa judicial envolvendo o divórcio de Elaine Miranda de Araújo Milbratz, 41 anos, e seu ex-marido, Felipe Milbratz Ferreira, 42 anos, pode ter motivado o duplo feminicídio que vitimou Elaine e sua irmã, Hiane Miranda de Araújo Aguiar, 37 anos, dentro de uma loja nesta segunda-feira, 21 de outubro, no Centro de Teixeira de Freitas.
Segundo informações, Felipe não concordava com os termos da partilha de bens no processo de divórcio. Elaine já havia recebido ameaças do ex-marido e chegou a obter uma medida protetiva, que foi derrubada recentemente após uma liminar.
Insatisfeito com os termos da separação, Felipe teria oferecido R$ 2,5 milhões em um acordo, o qual foi recusado por Elaine. O empresário detinha 95% das ações da empresa, enquanto Hiane possuía 5%.
Após uma decisão judicial, uma juíza bloqueou as contas de Felipe e transferiu a administração de sua parte na empresa (95%) para Elaine.
Elaine e Felipe tinham um casal de gêmeos de 6 anos. Hiane, ex-cunhada do acusado, era casada e deixa uma filha.
O crime
Felipe frequentava regularmente a loja da ex-esposa e, nesta segunda-feira, teria ligado para as vítimas, alegando querer realizar uma reunião com elas. Já no escritório da loja, que chegou a pertencer ao suspeito, ele abriu fogo contra as irmãs, sem dar chances de defesa.
O perito criminal Manoel Garrido, da 8ª Coordenadoria Regional de Polícia Técnica, confirmou que Elaine foi atingida por um disparo, enquanto Hiane foi baleada por três tiros. No local, a perícia recolheu um projétil de arma de fogo calibre .38.
Após cometer o crime, Felipe fugiu em um Fiat Strada, sendo capturado por volta das 20 horas em Posto da Mata, distrito de Nova Viçosa. A prisão foi realizada após um cerco montado pelas unidades da Polícia Militar que atuam na região.
Felipe foi conduzido à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), em Teixeira de Freitas, onde foi autuado em flagrante por duplo feminicídio com base na Lei Maria da Penha.
Durante sua transferência para a 8ª Coorpin, o acusado apenas declarou que “nunca foi agressivo” e se manteve em silêncio.
Felipe deverá permanecer na carceragem da 8ª Coorpin até a audiência de custódia. Posteriormente, será transferido para o Conjunto Penal de Teixeira de Freitas (CPTF), onde ficará à disposição da Justiça.