Execução

Tio e sobrinho são executados em ferro-velho; vizinhos apontam ex-funcionário como suspeito

31/07/2019 - 19h56

Ao lado do sobrinho Osmar Gonçalves Batista Neto, 29 anos, o reciclador Robson dos Santos Batista, 35, foi assassinado em frente ao ferro-velho da família, que tocava há pelo menos 19 anos. Eles foram mortos na manhã de terça-feira (30) por dois homens armados que invadiram o local e dispararam vários tiros contra eles e outro funcionário, que ficou ferido.

A motivação e autoria do crime ainda são desconhecidas pela polícia, embora testemunhas apontem como um dos autores um ex-funcionário do estabelecimento.

O fato ocorreu na Travessa Dois Irmãos, no bairro do Lobato, Subúrbio Ferroviário de Salvador. As portas do estabelecimento ainda estavam fechadas na manhã de quarta-feira (31). Antes, a rotina de trabalho no local era de 7h às 18h.

Durante o ataque, o funcionário, que terá o nome preservado, também acabou baleado e socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Pirajá, onde estava internado até a tarde de quarta. Não há informações sobre seu estado de saúde.

Tiquinho, como Osmar era conhecido, morreu no local, enquanto seu tio Robson chegou a ser socorrido para o Hospital do Subúrbio, mas também morreu horas depois de dar entrada na unidade médica.

O crime foi presenciado por alguns moradores, que relataram ter visto quando dois suspeitos chegaram andando, armados, e começaram a atirar contra as vítimas, por volta de 11h.

“A mãe de um deles passou mal na hora. Tivemos que socorrê-la para uma UPA para ser acalmada”, contou o parente de uma das vítimas, após a idosa tomar conhecimento do crime.

Ex-funcionário

Pessoas consultadas pelo CORREIO na região onde o atentado ocorreu disseram suspeitar de pessoas ligadas ao tráfico de drogas no bairro. Um deles, segundo a apuração, já foi funcionário da oficina da vítima e há pouco tempo havia pedido para voltar a trabalhar com Robson, que inicialmente não aceitou por não ter condições de manter outro funcionário no momento.

Ainda segundo uma testemunha, tio e sobrinho não tinham problemas com vizinhos ou outras pessoas no bairro. “Robson gostava muito de ajudar as pessoas, não negava um favor e nem faziam mal a ninguém”, comentou um dos familiares.

Outro parente alegou que um dos suspeitos estava de bermuda e usando um capuz. No entanto, o outro, que seria o ex-funcionário do ferro-velho, estava de traje social, de rosto à mostra, sem dar pistas do que iriam fazer.

“Ninguém esperava que fizessem isso. Um deles já trabalhou com Robson, pedia conselhos a ele e tudo, pois estava envolvido com o tráfico. Ele era um cara muito conhecido no bairro, não tinha envolvimento com nada, trabalhava de dia e noite com a sucata dele, vamos fazer o possível para que a polícia identifique e prenda os dois”, contou.

Embora Osmar já tivesse sido preso, em fevereiro deste ano, segundo divulgou à época a Secretaria da Segurança Pública da Bahia, acusado de usar a oficina como fachada para desmanche de veículos roubados, a família negou que ele tivesse alguma participação.

“Na época isso foi uma armação para ele. Ele comprou um veículo e estavam mexendo nele na oficina quando os policiais chegaram dando voz de prisão. Mas acabaram levando somente o veículo, não o levou preso, ele se explicou e ficou nisso mesmo”, explicou.

A Polícia Civil informou que a 3ª Delegacia de Homicídios (Baía de Todos os Santos) ficará responsável pela investigação das mortes.

Robson deixa esposa e quatro filhos. Já Osmar, deixou a esposa grávida e duas filhas pequenas.

Fonte Correio24horas


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