“A Bahia quer um governo eficiente”, afirma Geddel
Em entrevista na manhã de segunda-feira (21) aos jornalistas Emmerson José e Alex Ferraz, da rádio CBN, o candidato a senador, Geddel Vieira Lima (PMDB), declarou que no arriar das malas em Brasília já poderá trabalhar a favor da Bahia. “Não preciso ser apresentado ao Senado ou a Brasília”, pontuou Geddel, referindo-se à sua trajetória como deputado federal, ministro e outras funções que ajudaram a projetar seu nome nacionalmente. Ele respondeu a perguntas dos apresentadores e de três jornalistas convidados, Sergio Costa, diretor de redação do jornal Correio, Osvaldo Lyra, editor de Política do jornal Tribuna da Bahia, e Raul Monteiro, do site Política Livre. O peemedebista também aproveitou a oportunidade para lembrar do legado empresarial e humanitário deixado por um dos grandes líderes baianos, Norberto Odebrecht.
Confira alguns pontos da entrevista.
“Mais importante do que ser bom gestor, o Presidente da República precisa ter bom senso. Depois de pegar o vento a favor do ponto de vista social e econômico, muita coisa tem saído pelos dedos. A inflação está de volta, o desemprego bate na porta das pessoas, o investimento em infraestrutura está devagar, não avança. Defendo que é hora de mudança e alternância de poder”.
“Chegando ao Senado, o maior desafio será mudar a política eleitoral, alterar essa engrenagem vigente a que todos nós ficamos sujeitos. Precisamos mudar as regras do jogo”.
“As manifestações nas ruas tiveram um sentido muito claro no meu entendimento. Pagamos muitos impostos, temos uma carga tributária altíssima e por isso queremos serviços públicos de qualidade. A sociedade está dizendo que não dá mais para ter um caos na saúde ou na segurança publica, da mesma forma na educação, está dando um basta nos serviços públicos ruins. As pessoas não querem mais cruzar os braços, sabem que tem como melhorar, outras experiências provam isso. Temos que acreditar, cobrar, estar em cima para as coisas acontecerem. Uma nação é construída dessa forma. Temos que aprender, corrigir rumos e avançar. Acredito que as pessoas vão participar, ouvir, vão para as urnas e votar. Vai ter uma relação cada vez mais participativa na sociedade, mais próxima entre representante e representado, o que fará evoluir a vida pública”.
“Para ajudar a combater a violência no país, no Senado, será preciso rever o Código Penal, que é da década de 40, o que não pode continuar. É importante que haja um endurecimento da legislação penal para enfrentar a sensação de impunidade do marginal. Não dá para ficar em cima do muro. Temos que avançar na questão da maioridade penal, vemos meninos de dezessete anos cometendo crimes e chefiando quadrilhas. E a violência se interiorizou, as cidades pequenas vivem assustadas, é preciso fazer alguma coisa. Sempre acho que a gente pode avançar, mas é fundamental uma nova atitude. Paulo (Souto) vai apresentar um programa de governo e deve investir na inteligência policial, aumentar o monitoramento nas divisas para controlar o entra e sai de bandidos, armas e traficantes com tanta tranquilidade, resgatar a confiança dos policiais no governo, investir na parceria com os municípios e com o judiciário, para ajudar a desvendar crimes, por exemplo”.
“Quem briga cada vez mais fortemente são as ideias. Existem diferenças entre o prefeito ACM Neto e o governador Jaques Wagner, mas os dois têm que ter habilidade para entender que quem não tem que pagar o preço desse estresse gerencial e administrativo é a sociedade. Salvador vivia muito esburacada. Nessa gestão, o prefeito recapeou quilômetros de pistas. Aí vem a Embasa esburaca tudo de novo e vira as costas. Um problema antigo que tem que ser enfrentado. O prefeito cria um órgão fiscalizador da Embasa, o governo reage, não gosta e cria outra entidade para contrapor a medida. O prefeito toma uma atitude para licitar o transporte público urbano, que está com uma frota velha, mal treinada, que não cumpre horário, serviço de péssima qualidade. A licitação é para renovar a frota, viabilizar o acesso à internet, ao sistema exclusivo de ônibus e a novos pontos para melhorar a vida dos usuários. O governador interfere, manda ofício para suspender a licitação. Há três meses da eleição, sei da dificuldade do governador para alavancar o candidato dele, mas este é um momento cíclico, é hora de alternância de poder e o uso da máquina desta forma é absurdo. Neto disse que vai fazer o enfrentamento político, mas terá paciência para não penalizar a sociedade. O prefeito já mostrou que pode andar sozinho com os recursos próprios da prefeitura. Com mais de um ano de gestão a prefeitura não recebeu um centavo do governo estadual”.
“O sul da Bahia é a região que mais confirma que tem muita propaganda, mas as promessas não saem do papel. Tem até outdoor da Ferrovia Oeste Leste com trem, mas cadê a ferrovia? Era para ser inaugurada e não acontece. E se tivesse milagrosamente sido viabilizada, como seria sem o Porto Sul, que nem começou? Houve ainda uma diminuição da atividade produtiva do polo de informática criado por Paulo Souto, que também foi o responsável pelo polo calçadista, trazendo a Azaleia para a Bahia. São dados concretos. É preciso acelerar as obras, investir em infraestrutura, agilizar o Porto de Malhado, em Ilhéus, criar um terminal turístico na região, resgatar e elevar a agricultura com outras oportunidades e devolver a expectativa e a esperança ao sul da Bahia. E para explorar o potencial turístico da orla de Itacaré, por exemplo, tem que avançar com a construção de outro aeroporto, mas o governo não tem capacidade de tirar os projetos do papel. O potencial é fantástico no sul e extremo sul da Bahia, é preciso agir antes que comece um sentimento separatista por conta do abandono do governo. A Bahia quer um governo eficiente”.