“Eu deixei 15 milhões, mas, o dinheiro sumiu”, diz padre Apparecido ao defender aprovação de contas
O ex-prefeito de Teixeira de Freitas padre Apparecido Rodrigues Staut (PSDB) voltou a falar sobre o dinheiro que teria deixado em caixa ao finalizar seu mandato como prefeito de Teixeira de Freitas em 2012. Na ocasião da posse do prefeito João Bosco, Apparecido disse que estava deixando 15 milhões de reais em caixa.
Cerca de 90 dias após assumir o comando da prefeitura, João Bosco chamou a imprensa em seu gabinete e disse ter encontrado um rombo de cerca de 9 milhões de reais, apresentando, inclusive, relatório de onde teriam ficado os rombos da administração Apparecido.
As declarações de João Bosco acabaram forçando que o ex-prefeito Apparecido viesse a público esclarecer o que tinha acontecido, quando, numa entrevista, Apparecido acabou afirmando que além dos 10 mil reais anunciados na sua saída, ao refazer as contas, teria constatado que o saldo era de 15 milhões.
Com a declaração do padre Apparecido, a administração João Bosco Bittencourt se viu obrigada a admitir a existência do dinheiro, pouco depois o ex-secretário de Finanças Ari Silva Santos teria numa entrevista coletiva na Câmara de Vereadores admitido que o dinheiro sempre existiu.
Ari, no entanto, apresentou dívidas deixadas pela administração Apparecido, que precisaram ser quitadas com o dinheiro deixado; desde então ninguém voltou a tocar na questão desse dinheiro.
Mas, na noite de terça-feira, 22 de julho, ao fazer um apelo para que os vereadores aprovassem suas contas, o ex-prefeito Apparecido voltou a falar sobre o dinheiro, que, segundo ele, foi deixado, mas parece sumiu.
“Eu deixei 15 milhões, mas, o dinheiro sumiu”, disse Apparecido, justificando em seguida como o dinheiro teria ficado em caixa. Segundo ele, já no final de sua gestão surgiu a oportunidade do município adquirir o Cenarium Eventos, quando já havia negociações avançadas entre o município e a direção da empresa, chegou uma decisão da justiça local bloqueando o dinheiro, tomada a pedido da APLB, já que o dinheiro era da educação.
O município chegou a recorrer da decisão, no entanto, a decisão favorável ao município só ocorreu no dia 28 de dezembro, o dia seguinte era feriado, sendo que dois dias depois uma nova gestão assumiria os destinos da cidade, o que acabou inviabilizando qualquer ação por parte de sua administração, o que o obrigou, então, a deixar o dinheiro em caixa, já que não havia mais tempo hábil para qualquer processo de compra.
Ao falar que o dinheiro teria sumido, Apparecido reabre a discussão sobre o que, de fato, aconteceu com esse dinheiro, que fim levou os 15 milhões deixados pela administração Apparecido? O que foi feito com esse dinheiro? Perguntas que continuam carentes de respostas por parte da administração João Bosco Bittencourt.
Por Jotta Mendes/Repórter Coragem