EXCLUSIVO: Documento prova que contrato da Santa Clara termina este mês; João Bosco pode ter enganado estudantes
Para ganhar a simpatia dos estudantes considerados líderes do Movimento #Vemprarua de Teixeira de Freitas, o prefeito João Bosco Bittencourt (PT) e sua assessoria montaram o que pode se chamar de fraude para ‘acalmar’ os estudantes que exigiam o fim do monopólio da Santa Clara, empresa que explora com exclusividade o transporte coletivo municipal desde o ano de 1988.
Em 27 de junho deste ano, em reunião realizada na Prefeitura Municipal, o prefeito e sua equipe anunciaram aos jovens que duas de suas reivindicações feitas durante reunião realizada na manhã do dia 25 teriam sido atendidas pela administração.
Uma delas seria o Passe Livre para estudantes e a outra o Bilhete Único, que beneficiaria todos os usuários de transporte coletivo no município. Com estes dois anúncios, Bosco e sua equipe, praticamente, puseram fim ao movimento, que viu algumas de suas fundamentais reivindicações atendidas.
Entretanto, a principal pauta do movimento era o fim do monopólio da Santa Clara, que praticamente escraviza os usuários do transporte coletivo municipal, os quais, muitas vezes, para chegar a um destino dentro da cidade, precisam pegar até três ônibus, sendo que em todos é preciso pagar uma passagem.
Além de pagar a passagem mais cara de transporte coletivo do Brasil, o usuário ainda precisa ficar por horas esperando no ponto, que em sua maioria é descoberto ou não apropriado para aquilo, sendo locais em acostamentos de ruas.
Ao alegar que não poderia quebrar o monopólio da Santa Clara, o prefeito João Bosco teria lido em voz alta para todos os presentes um suposto contrato, que segundo ele terminaria em setembro de 2015 apenas. Assim, todos acreditaram que era impossível, até lá, pôr fim ao monopólio da empresa.
Mas, segundo o documento conseguido com exclusividade por nossa reportagem, Bosco pode ter pregado uma peça teatral nos líderes do movimento. No documento que temos em mãos, o contrato que foi assinado em 28 de agosto de 1998, pelo então prefeito Wagner Ramos Mendonça, tendo como secretário de Finanças Ubaldino Souto Coelho, os quais assinaram pelo município, e Victor Áureo Cecato, que assinou pela empresa Santa Clara, ele tem validade de 15 anos, como demonstra a foto a seguir.
Se o contrato tem validade de 15 anos e foi assinado em 28 de agosto de 1988, termina no próximo dia 28 de agosto de 2013.
Qual seria, então, o contrato que foi lido pelo prefeito na reunião com os estudantes?
Qual o interesse de João Bosco em dizer que o contrato terminaria em 2015, se termina agora?
Ao dizer que o contrato terminaria em 2015, além de fazer os estudantes desistirem de pedir a quebra do monopólio da Santa Clara, João Bosco colocou seu líder na Câmara de Vereadores, Gilberto do PT, como mentiroso, já que em audiência pública realizada em 14 de junho, o vereador teria mostrado cópias do contrato dizendo que terminaria em 28 de agosto de 2013.
Isso também levantou uma dúvida na população, que passou a questionar qual seria o verdadeiro contrato? O apresentado por Gilberto em audiência pública na Câmara, ou, o lido por João Bosco para 15 estudantes?
Ao trazer a baila este contrato que leva a assinatura do então prefeito Wagner Mendonça e Victor Cecato, representante da Santa Clara, fica evidente que o que João Bosco leu está longe de ser o verdadeiro, haja vista que não poderia haver dois contratos ao mesmo tempo, nem teria como fazer um com outro em andamento, exceto se tivesse quebra de contrato por uma das partes, o que até hoje não se tem conhecimento.
Por Jotta Mendes/Repórter Coragem