Destaque

Gestão tucana em MG, Bolsa Família e corrupção pautam 1º debate entre Dilma e Aécio

15/10/2014 - 10h00

Dilma e Aecio Neves na Bandeirantes
Três temas dominaram o primeiro encontro do segundo turno entre os candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), nesta terça-feira (14): as gestões tucanas em Minas Gerais, a paternidade do Bolsa Família e libertação do País das denúncias de corrupção que envolvem empresas estatais.

Logo no primeiro bloco do debate da TV Bandeirantes, a candidata Dilma usou a saúde de Minas Gerais para criticar Aécio: “Quando o governo de Minas foi dirigido pelo senhor, vocês [governos tucanos] não cumpriram o que manda a Constituição, que é destinar o mínimo para a saúde. Desviaram em torno de R$ 7,6 bilhões. É o que diz o Tribunal de Contas do Estado”.

Aécio retrucou e disse que, “na verdade, Minas Gerais é reconhecido pelo Ministério da Saúde do seu governo como o Estado que tem a melhor qualidade da saúde em toda a região Sudeste”. Dilma disse que ambos estavam “discutindo muito Minas Gerais porque o senhor [Aécio] teve sua vida política lá”.

— Eu, de fato, saí de Minas Gerais, mas eu não saí a passeio. Eu saí porque eu fui perseguida pela Ditadura Militar que, posteriormente, me deteve por três anos.

Bolsa Família

A paternidade do programa Bolsa Família foi outro tema que permeou o debate entre os presidenciáveis. O candidato do PSDB afirmou que Dilma não tinha a generosidade de reconhecer que programa de repasse de renda foi uma evolução de programas sociais do governo FHC.

Aécio afirmou que “se pegarmos o DNA do programa, o pai será o presidente FHC e a mãe será dona Ruth Cardoso”. Dilma, porém, retrucou no mesmo momento, dizendo que os governos de FHC “jamais aplicaram nenhum recurso em grandes programas sociais” e chamando de “lenda” a argumentação de Aécio Neves.

— O povo brasileiro jamais vai acreditar nessa história que o pai do Bolsa Família… O senhor me desculpe, aí passou de todos os limites, chegamos à fabulação, nós estamos no perigoso terreno da lenda. É impossível que alguém acredite que um programa do porte e da envergadura do Bolsa Família tenha origem em um programa completamente distorcido.

“Libertação” do País

Aécio Neves disse que, durante, a campanha eleitoral “a palavra que eu mais tenho ouvido é ‘libertação’”, que vem, segundo o tucano, dos próprios eleitores que dizem não merecer “tanto descompromisso com a ética”.

A declaração de Aécio foi uma continuação de uma pergunta dele próprio para Dilma sobre as denúncias de corrupção na Petrobras, sobretudo as que envolvem o ex-diretor Paulo Roberto Costa.

Aécio lembrou que, “ao contrário do que você diz, ele [Costa] não foi demitido, ele renunciou”. Dilmna, em seguida, respondeu dizendo que tem “uma vida toda de absoluto combate à corrupção e nenhum envolvimento com malfeitos”.

Aeroporto em MG

Dilma questionou Aécio sobre a construção de um aeroporto na cidade de Cláudio, em Minas Gerais, em um terreno que pertencia a um tio do tucano, durante a gestão dele. Após a pergunta, em que Dilma afirmou que o MPF (Ministério Público Federal) “não aceitou a ação criminal, mas mandou investigar o aeroporto de Cláudio por improbidade administrativa, ou seja, mal uso dos recursos públicos”, Aécio respondeu.

— A senhora está sendo leviana. […] Essa obra de Cláudio […] foi feita em desfavor de um tio meu em uma região próspera em que há indústrias. Esse senhor reivindica R$ 9 milhões por esse terreno. Não foi beneficiado.

Salário mínimo e economia

Enquanto Dilma tratava das conquistas do governo relacionadas à educação profissional (programa Pronatec), Aécio Neves (PSDB) voltou a bater na tecla da inflação, que está próxima ao teto da meta, e ao baixo crescimento da economia brasileira.

— Vamos falar de um Brasil que pode crescer muito mais do que está crescendo. O reajuste real do mínimo em 2016 já está estabelecido: é nada. O seu governo perdeu a confiança dos mercados. [Quando voltarem], os investimentos vão gerar emprego para os brasileiros. O seu governo chega ao final de forma melancólica porque fracassou na melhoria nos indicadores sociais e os casos de corrupção.

Dilma criticou o presidente do Banco Central do governo FHC, Armínio Fraga, anunciado como futuro ministro da Fazenda, caso Aécio seja eleito.

— Quando o seu candidato a futuro ministro da Fazenda entrou no governo [FHC], a inflação estava sob controle. Quando ele deixou o governo, a inflação chegou a 7,7%.

O tucano lembrou que o economista chegou a ser elogiado pelo então ministro da Fazenda de Lula, Antônio Palocci, e até pelo próprio ex-presidente, que, no começo do mandato, gostaria que ele permanecesse por algum tempo no cargo.

Fonte R7


Deixe seu comentário