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Jaques Wagner, Sérgio Gabrielli e a presidente Dilma estão embaraçados com o caso Petrobrás

20/03/2014 - 19h37
Jaques Wagner e Dilma

A informação de que presidente Dilma Rousseff, quando era ministra chefe da Casa Civil, aprovou a compra de uma refinaria de petróleo no estado americano do Texas repercutiu nesta quarta-feira (19) no Congresso Nacional. O negócio é alvo de investigações.

A informação foi publicada na edição desta quarta do jornal O Estado de São Paulo. Em 2006, quando era ministra da Casa Civil e presidia o Conselho de Administração da Petrobras, a presidente Dilma Rousseff votou a favor da compra de 50% da refinaria de Pasadena, no estado americano do Texas.

Um negócio em que a Petrobras teve um grande prejuízo e que hoje está sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.

Segundo o jornal, a decisão de apoiar a compra da refinaria está na ata do Conselho de Administração da Petrobras de fevereiro de 2006, com aprovação unânime. O ex-ministro Antonio Palocci e o atual governador da Bahia, Jacques Wagner, também participavam do conselho.

Em 2005, toda a refinaria havia sido comprada por uma empresa belga, a Astra Oil, por US$ 42,5 milhões. Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade da refinaria. Uma diferença de mais de US$ 317 milhões.

Em 2012, a Petrobras, por causa de cláusulas contratuais, foi obrigada, pela justiça americana, a comprar a outra metade da refinaria. E a estatal acabou gastando quase US$ 1,2 bilhão, ou mais de R$ 2,7 bilhões.

Em nota, a presidência informou que Dilma apoiou a compra da refinaria com base em um resumo executivo elaborado pelo diretor da área internacional da Petrobras que trazia “informações incompletas”. De acordo com a nota, “posteriormente, soube-se que o resumo era técnica e juridicamente falho, pois omitia qualquer referência às cláusulas” que, “se fossem conhecidas, seguramente não seriam aprovadas pelo Conselho”.

O diretor da área internacional da Petrobras na época do negócio, Nestor Cerveró, não quis comentar o assunto. Nem o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli. No ano passado, em depoimento ao Congresso, Gabrielli afirmou que a compra foi feita com preços alinhados à situação do mercado na época.

Segundo fontes do governo, Nestor Cerveró foi indicado pelo PMDB e PT e saiu da Petrobras depois que o Conselho descobriu a existência dessas cláusulas. Mas em seguida virou diretor financeiro de serviços da BR Distribuidora. A diretoria internacional da Petrobras hoje é dirigida pela própria presidente da estatal, Graça Foster.

A nota do Palácio do Planalto foi redigida com participação direta da presidente Dilma. É a primeira vez que ela se manifesta publicamente sobre o assunto. Já a Petrobras não quis comentar o caso porque ele está sob investigação do Tribunal de Contas da União. O TCU quer esclarecer primeiro às suspeitas de superfaturamento.

“Esse assunto é extremamente grave. Isso merece uma investigação profunda, porque isso levou a um erro, e esse erro custou uma quantia vultosa à nação brasileira”, afirma Marinus Marsico, procurador do Ministério Público.

No Congresso Nacional, o senador Aécio Neves, do PSDB, foi à tribuna criticar a atuação da então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff no Conselho de Administração da Empresa. O senador defendeu que a comissão de fiscalização e controle do senado investigue o caso.

“Essa resposta dada pela Presidência da República não é suficiente. Não permitem que os brasileiros possam conhecer quais foram efetivamente às motivações, às profundas motivações que levaram a uma negociata como essa, com dolo extremamente grave à sociedade brasileira e a sua mais importante empresa”, afirmou o senador Aécio Neves, do PSDB-MG, presidente do partido.

O líder governista no Senado, Eduardo Braga, do PMDB, disse que o próprio governo defende a apuração do caso.

“O governo da presidenta Dilma, em primeiro lugar, tem compromisso em combater qualquer tipo de malfeito. É óbvio que pode ter havido falhas, se houver dolo, precisam ser apuradas com absoluta transparência. O governo apóia a apuração dessas transparências”, destacou o senador Eduardo Braga, PMDB/AM, líder do governo no Senado.

Fonte a Gazeta Bahia


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