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João Bosco, o prefeito médico se revela o pior para a saúde

09/12/2013 - 08h57

João Bosco, o prefeito médico se revela o pior para a saúde

Jotta Mendes Pensando com Coragem 2

Quando o cardiologista João Bosco Bittencourt foi eleito prefeito de Teixeira de Freitas, muitos acharam que o fato de ele ser médico poderia melhorar a situação da saúde, que vem ao longo dos anos se mostrando o calcanhar de Aquiles de toda administração, pois, sai gestor, entra gestor, e o povo continua precisando de um atendimento mais humanizado e igualitário, às vezes, atendimento de ordem alguma a população tem.

Mas, quem acreditou que o fato de ele ser médico poderia ser bom para a área da saúde tem observado que se enganou muito. Ao que parece, a saúde é a última preocupação do prefeito João Bosco, que tem se preocupado muito mais em outras coisas, que não tem nada a ver com a administração, do que em resolver os problemas do setor.

Durante os oito anos da falta de gestão de Apparecido Staut, a saúde sofreu demasiadamente, apesar de ter avançado em outros campos, ninguém pôde negar que o fato de ter construído 12 leitos de UTI no HMTF foi um grande avanço, pois esses 12 leitos de UTI já conseguiram salvar muitas vidas.

Ninguém, em sã consciência, nega que a conquista da UMMI foi também um grande avanço, sobretudo para mulheres, que iam ganhar seus bebês e tinha que se misturar com pessoas vítimas de acidentes, de disparos de arma de fogo e outras tragédias.

Porém, houve retrocesso na chamada saúde básica, que é aquela que quando a pessoa precisa vai às pressas ao hospital procurando atendimento. Neste aspecto, o ex-prefeito Apparecido parecia que queria acabar com a saúde, tirou o SUS do Sobrasa, que mesmo cobrando a chamada consulta popular, desafogava o regional, já que as pessoas que possuíam o dinheiro para a consulta popular iam para o Sobrasa, que, por ter convênio com o SUS, caso precisasse, deixava a pessoa internada o tempo necessário.

Para transformar o antigo Santa Rita na UMMI, Apparecido pôs fim com outra porta de escape de quem não queria cair no chamado “Regional”, antes de se tornar Unidade Materno-Infantil, o Santa Rita fazia o mesmo processo que o Sobrasa, cobrava a chamada consulta popular, mas, se fosse preciso, a pessoa ficava internada pelo SUS.

Estes dois retrocessos fizeram com que o HMTF acabasse tendo que absorver todas as pessoas que não possuem qualquer plano de saúde, isso não só de Teixeira de Freitas, mas, de toda a região, já que o Santa Rita e o Sobrasa não faziam restrição.

Isso elevou a procura pelo HMTF, que, praticamente, passou a ser o único hospital público de Teixeira de Freitas, nunca foi destinado somente ao município, uma vez que é do Estado e tem âmbito regional.

Esses dois problemas que afetam diariamente a saúde de Teixeira e região acabaram criando uma verdadeira celeuma no HMTF, onde muitas pessoas chegam ali precisando de cuidados básicos e acabam não achando, ou, pessoas tomam soro em pé no corredor, pois, além de faltar leito, falta cadeiras para as pessoas sentarem.

Muita gente esperava que João Bosco, como médico, fosse tentar equacionar isso, para que o sofrimento do povo fosse amenizado. Ledo engano. Além de não resolver o problema, João ainda tratou de piorar a situação do povo ao declarar guerra contra os médicos, conhecida como “greve branca”, onde a cidade acabou perdendo 16 médicos, que atendiam nos postos de saúde, que era outra forma de desafogar o regional.

João Bosco tirou 16 médicos e trouxe 12. Mesmo com um déficit de quatro, o prefeito, numa “cara de pau” tamanha, ainda vive dizendo que a saúde está melhorando. Talvez, a receita da Unimed, onde Bosco é sócio e que já viabilizou, inclusive, locar o prédio da Unimed, tudo para favorecer ele mesmo.

A tática de João é simples: a saúde pública estando ruim, o povo migra para um plano de saúde, como o mais divulgado é Unimed, ele acaba lucrando com as novas adesões, isso por ser sócio em Teixeira de Freitas.

Essa sociedade de João com a Unimed faz com que o cidadão simples acabe pagando o preço, haja vista que, quem vive de salário e precisa sustentar a família não tem como pagar um plano de saúde, por isso, quando precisa, tem que sofrer na fila do SUS.

Para exemplificar o mal-estar em que a saúde se encontra basta uma visita simples ao HMTF. Se tiver oportunidade de ver os corredores, verá inúmeras pessoas tomando soro em pé, porque não há um banco disponível para sentar por serem poucos os existentes, outras gemendo nos corredores por falta de médico.

Quer ver o desespero, visite o posto de saúde de perto de sua casa à noite ou durante a madrugada, você vai observar inúmeras pessoas dormindo na fila para conseguir marcar um exame para o dia seguinte. Quando consegue marcar, fazer os exames solicitados pelo médico é outra peleja. E ainda tem gente dizendo que a saúde vai bem.

Só para finalizar nosso comentário sobre a saúde, essa semana veio ao conhecimento do grande público a situação de uma jovem que espera a 71 dias para poder ser encaminhada para Salvador, isso só para um encaminhamento.

Essa vai para Apparecido: “Que adianta ter uma saúde de alta complexidade, se não conseguimos ter a saúde básica?”. Agora para João Bosco: “Ou o senhor resolve de vez a questão da saúde, ou, o prefeito médico será derrotado por ela”. Falei, “tá” falado.

Jotta Mendes é radialista e repórter


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