Levy Fidelix ofende gays em debate e causa revolta nas redes sociais
SÃO PAULO — O candidato Levy Fidelix (PRTB) provocou revolta nas redes sociais ao ser questionado por Luciana Genro (PSOL) sobre suas propostas para a população LGBT. Durante o terceiro bloco do debate da TV Record, na noite deste domingo, ele defendeu “tratamento psicológico” a gays e declarou que não quer os votos deles. Logo após o debate, a hashtag #LevyVocêÉNojento figurou em primeiro lugar nos tópicos mais comentados do Twitter Brasil, tendo rendido mais de 11 mil menções desde o momento em que começou a ser usada na rede.
— Olha, minha filha, tenho sessenta e dois anos. Pelo que eu vi na vida, dois iguais não fazem filho. E digo mais, digo mais: desculpe, mas aparelho excretor não reproduz. É feio dizer isso. Mas não podemos jamais, gente… eu, que sou pai de família, um avô, deixar que tenhamos esses que aí estão achacando a gente no dia dia querendo escorar essa minoria a maioria do povo brasileiro (sic). Como é que pode um pai de família, um avô, ficar aqui escorado porque tem medo de perder voto? Prefiro não ter esses votos, mas eu, um pai, um avô, que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto.
Ele também associou a homossexualidade à pedofilia.
— E vamos acabar com essa história. Eu vi agora o padre, o santo padre, o Papa, expurgar do Vaticano um pedófilo, e fez muito bem. Está certo. Nós tratamos a vida toda com a religiosidade para que nossos filhos possam encontrar realmente um bom caminho familiar. Então Luciana, eu lamento muito. Que façam um bom proveito se querem fazer de continuar como estão, mas eu, presidente da República, não vou estimular a união homoafetiva. Se está na lei, que fique como está.
Na réplica, Luciana Genro declarou que é a candidata que defende “todas as famílias”:
— Estou defendendo todas as famílias. Não importa se são dois homens e duas mulheres. O que importa é que as pessoas se amem.
Na tréplica, Fidelix voltou à carga:
— Luciana, você já imaginou que o Brasil tem 200 milhões de habitantes? Se começarmos a estimular isso aí daqui a pouco vai reduzir pra 100. Vai pra Paulista e anda lá e vê. É feio o negócio, né? Então, gente, vamos ter coragem. Nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria, vamos enfrentá-los! Não ter medo de dizer que sou pai, mamãe, vovô! E o mais importante é que esses que têm esses problemas realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo porque aqui não dá.
Devido aos comentários do candidato, alguns perfis nas redes estimularam seus seguidores a formalizar denúncias em órgãos públicos, como o Ministério Público Federal ou o Dique 100, da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.
Fonte o Globo