Lobista Dalva Sele foi a financiadora do Teixeira Folia 2013, primeira festa realizada por João Bosco
Ainda repercute em todo o Brasil a denúncia veiculada na revista “Veja” edição de sábado, 20 de setembro, sobre um esquema de corrupção montado pelo PT baiano com a finalidade de desviar dinheiro do programa “Minha Casa, Minha Vida” e repassar a diversos políticos do Partido dos Trabalhadores, entre eles o candidato ao governo Rui Costa, o senador Walter Pinheiro, os deputados Nelson Pelegrino e Afonso Florense, este último foi ministro da presidente Dilma.
O que ainda não foi revelado em âmbito estadual ou nacional é que Dalva Sele Paiva, presidente do Instituto Brasil, possui ligações estreitas com a administração petista de Teixeira de Freitas, onde o prefeito é João Bosco Bittencourt (PT), sendo que a mesma teria tentado implantar no município o Projeto Pares (Partilhando Responsabilidades), o qual, segundo denunciou matéria do Jornal Alerta feita em 2013, poderia dar um lucro de cerca de 8 milhões aos envolvidos num suposto desvio de verbas da Secretaria de Educação.
Desde o início da gestão João Bosco que Dalva Sele Paiva andou transitando livremente na administração e na festa da cidade do ano passado, a primeira promovida pelo prefeito, a “Teixeira Folia”. É possível observar nos arquivos dos sites que noticiaram a festa que Dalva Sele andou livremente pelo camarote da prefeitura. Em uma das fotos Dalva aparece ao lado do atual secretário de Serviços Extraordinários Cláudio Guaraná e Juliane Nunes S. Basso, chefe de cerimonial da PMTF, abraçada a Alex Figueiredo, lotado na Assessoria de Comunicação da PMTF, curtindo no camarote oficial o “Teixeira Folia 2013”.
Em outras imagens a lobista Dalva Sele é flagrada com diversos membros da administração petista, o que mostra que ela era muito bem tratada, dentro da administração João Bosco Bittencourt.
Nossa reportagem fez uma investigação no sentido de descobrir qual a relação de Dalva Sele Paiva com a administração João Bosco e ficamos sabendo que a delatora do mensalinho petista baiano foi, na verdade, a financiadora do “Teixeira Folia 2013”. Dalva, através de uma de suas supostas ONGs, teria disponibilizado recursos para custear a realização da festa da cidade.
Na época em que o prefeito João Bosco anunciou a festa, a cidade estava sob estado de emergência e o prefeito também teria falado sobre um rombo de cerca de 10 milhões deixado pela administração Apparecido Rodrigues Staut, o que inviabilizaria a realização da festa pela PMTF. Mas, quando questionado sobre de onde viria os recursos, o prefeito João Bosco e o chefe de gabinete Marcílio Goulart teriam dito que não sairiam dos cofres do município.
Foi também anunciado que seriam gastos 600 mil reais na realização do evento, mas, na prestação de contas da festa, Marcílio Goulart apresentou um relatório de que foram gastos quase 900 mil reais, apresentando também uma relação de fontes da receita gasta na festa, mais não detalhando especificamente de onde estes recursos teriam saído.
Houve também uma contradição entre o valor gasto com as bandas locais e o valor gasto com as bandas que vieram de outras regiões, as chamadas bandas de renome, o que levantou suspeita.
Nossa reportagem conseguiu descobrir que as bandas foram pagas diretamente por Dalva Sele Paiva, que também teria sido a pessoa que quitou os gastos com hospedagem das atrações musicais, inclusive, realizando o pagamento pessoalmente nos hotéis onde as bandas ficaram hospedadas.
A expectativa de Dalva Sele era que após financiar a festa, obter um contrato com o Projeto Pares, que era liderado pelo seu filho Mateus Paiva Souza, onde conseguiria ter seus recursos de volta ainda com certo lucro. Porém, após denúncia veiculada na época no Jornal Alerta e repercutida em diversos sites de notícias, inclusive, no “Repórter Coragem”, o prefeito João Bosco recuou da parceria com Dalva e a deixou no prejuízo, já que ela não conseguiu reaver o dinheiro gasto no “Teixeira Folia 2013”.
Ocorre que outras parcerias foram firmadas com a participação de Dalva Sele, dentre elas, suspostamente, uma para construção do Residencial Castelinho, obra que teria sido conquistada pelo ex-prefeito Apparecido, mas concluída e entregue pela administração João Bosco, liderada pela vereadora e ex-secretária de Habitação Erlita Freitas.
Por Jotta Mendes/Repórter Coragem