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Marcelo Nilo colocou a Assembleia Legislativa de cócoras para Jaques Wagner durante 8 anos

11/09/2014 - 20h17
Marcelo Nilo

Marcelo Nilo é deputado estadual desde 1990, quando conquistou seu primeiro mandato, nascido na cidade de Antas, foi eleito deputado em 1990 com cerca de 12 mil votos. Na eleição seguinte ele conseguiu elevar sua votação a cerca de 18 mil votos, em 1998 obteve aproximadamente 22 mil votos, sendo eleito para o terceiro mandato. Em 2002 cerca de 27 mil voto lhe conduziu para mais um mandato na Assembleia Legislativa da Bahia. Já em 2006 cerca de 57 mil votos lhe deram o quinto mandato como deputado estadual. 2010 foi a eleição em que teve 139.794 votos, o que fez dele o deputado estadual mais votado da Bahia

O que aconteceu entre 1990 e 2010 é o que vamos tentar lhe explicar agora.

Em 1990, Marcelo Nilo foi eleito na oposição, quando o governador era ACM. Sua postura na oposição lhe fez aumentar em 50% sua votação na eleição seguinte, que ocorreu em 1994, desta vez, o governador eleito foi Paulo Souto. Ele conseguiu aumentar sua votação em cerca de 40% nas eleições de 1998. Em 2002 Marcelo aumentou dentro da proporção seus votos, em 2006 ele dobrou sua votação, conseguindo cerca de 57 mil votos, na época Jaques Wagner foi eleito governador e Marcelo pela primeira vez deixava de ser oposição para ser situação. Em 2010, quatro anos na situação e em seu segundo mandato como presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo teve 139.794 votos. Como o deputado conseguiu aumentar e muito sua votação?

Vamos explicar agora.

Quando eleito presidente da Assembleia Legislativa em fevereiro de 2007, Marcelo Nilo foi o candidato governista, sua vitória simbolizava a vitória de Jaques Wagner na presidência da Assembleia. Marcelo, em retribuição, colocou a Assembleia Legislativa da Bahia de cócoras para Jaques Wagner, para que o governador pudesse atender seus caprichos, um verdadeiro toma lá, dá cá. Wagner atendia seus caprichos, ele colocava a Assembleia de cócoras para o governador; nunca o governador teve tanta facilidade em aprovar projetos na Assembleia.

Jaques Wagner gostou tanto da postura de Marcelo Nilo que o reelegeu presidente da Assembleia – isso era a garantia da subserviência da Assembleia ao seu governo. Marcelo Nilo, então, usou a força de presidente da Assembleia Legislativa para conquistar apoio de prefeitos e lideranças políticas de toda Bahia, tudo para garantir sua reeleição e, agora, com um objetivo: ser o mais votado da Bahia e continuar como presidente da Assembleia para se gabaritar para ser o sucessor de Jaques Wagner, apoiado pelo mesmo.

Seus projetos ambiciosos deram certo, foi eleito e reeleito presidente da Assembleia Legislativa, entrando para a história como o primeiro deputado a ficar por 8 anos seguidos na presidência da casa, mas, sua segunda ambição foi por água abaixo. Rui Costa foi escolhido o candidato a governador de Jaques Wagner, Marcelo passou a sonhar com a vaga de vice, porém, novamente foi preterido por Wagner, que optou por João Leão.

Após a escolha de Wagner, Marcelo Nilo ficou cuspindo fogo e detonou o governador, dizendo que a chantagem venceu a lealdade, acusando o governador de ter se rendido a chantagem do PP na escolha pelo nome de João Leão. Quem não se lembra de Marcelo Nilo ter virado as costas para Jaques Wagner pouco depois da escolha e evitado até a cumprimentar o governador, lhe causando constrangimento?!

Mas, passado o momento da fúria e percebendo que se levantasse a cabeça ele poderia acabar perdendo mais do que já havia perdido, Marcelo Nilo se recolheu e voltou a colocar a Assembleia de cócoras para o governador, atendendo todos os seus pedidos e aprovando tudo que o governador manda para a Assembleia.

Entretanto, Marcelo Nilo tratou de deixar sua cama pronta e costurar apoios, não só que garantam sua votação, mais que lhe deem uma das maiores votações da Bahia, para isso ele costurou o apoio de 51 prefeitos, fora os vices, ou até mesmo outras lideranças que estão lhe apoiando.

O objetivo é claro: Marcelo Nilo tentará novamente o quinto mandato como presidente da Assembleia, caso consiga, vai tentar junto ao novo governador colocar mais uma vez a Assembleia de cócoras para o governador.Paulinho de Tixa, Jaques-Wagner-e-Marcelo-Nilo

Enquanto isso, os baianos continuam em um estado onde falta tudo, mas ninguém pode levantar a voz contra o governador.

Por Jotta Mendes/Repórter Coragem


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