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Por que Jacques Wagner não aparece na campanha de Rui Costa?

26/09/2014 - 10h01
Wagner e Rui Costa

Do ponto de vista legal, não existe impedimento para o governador participar da campanha do seu candidato. Só resta o fato dele estar reprovado pela grande maioria da população e a sua presença na campanha prejudicar o candidato. Esta é a hipótese mais provável. Ocorre que Rui Costa foi lançado por Wagner mesmo indo de encontro à lógica, que seria lançar um candidato mais conhecido e com chance real de vitória. No entanto, Wagner, contrariando os correligionários, resolveu arriscar com Rui Costa, correndo o risco de perder a eleição.

A atitude de Wagner ao abandonar o candidato ao próprio destino é, no mínimo, estranha, e dá margem a especulações. A primeira delas é saber se realmente Wagner tem interesse na vitória do seu afilhado ou prefere perder para depois voltar a se candidatar na próxima eleição, apostando no desgaste de Paulo Souto. Essa ideia pode ser a mais provável, mesmo porque se Rui Costa ganhar, em qualquer hipótese dificultaria o retorno de Wagner. Tanto fazendo uma boa gestão, o que daria margem a Rui Costa continuar, caso a gestão fosse ruim, também prejudicaria o retorno de Wagner.

Caso Dilma venha a ganhar a eleição, Wagner tem um ministério garantido, tanto ele como o vice-governador Otto Alencar, que também deverá ser ministro no segundo mandato de Dilma. Existe grande possibilidade de Otto ganhar de Geddel, que saiu na frente, mas está correndo o risco de perder. Isso porque agora na reta final a candidatura de Otto entrou numa curva ascendente de crescimento e a de Geddel começou a cair; hoje, estão tecnicamente empatados.

Se Rui Costa vir a perder a eleição e se Otto realmente ganhar na disputa para o Senado e seu partido, o PSD, fizer o número de deputados previsto, ou seja, 10 estaduais e 5 federais, tudo mudará. Além disso, o partido tem hoje uma base forte no interior com um grande número de prefeitos e vereadores. Com todo esse patrimônio político, ele será a oposição mais forte ao futuro governo de Paulo Souto, ou será a noiva mais cobiçada para compor com o futuro governador, dando governabilidade a Paulo Souto, a exemplo do PP de Mário Negromonte, quando Jaques Wagner ganhou em 2006 e o partido, que era oposição, ficou com uma fatia importante do governo.

Fonte Foco no Poder


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