Política

Prefeito João Henrique critica adversários e se diz injustiçado

22/09/2012 - 16h59

Embora onipresente nas críticas à gestão municipal, exploradas principalmente pelos candidatos ao Palácio Thomé de Souza, o prefeito João Henrique (PP) ainda não deu as cartas no processo eleitoral que definirá o seu sucessor à frente da prefeitura. No entanto, nessa sexta-feira (21/9), através de sua assessoria, disparou contra os ataques feitos pelos postulantes a sua administração ao dizer que eles poderiam ter a “coragem” de relatar as realizações, “inclusive muitas delas com a participação” daqueles que hoje o criticam.

João Henrique reiterou o discurso de que está trabalhando para deixar a “casa em ordem”, e que prefere manter-se “neutro” na disputa. Nos bastidores, é certo que ele continua a explicitar o desejo de se lançar ao governo do Estado em 2014.

O prefeito falou em “injustiça” à sua gestão, principalmente no horário eleitoral gratuito. “Os candidatos não têm a coragem necessária de falar as coisas positivas nos últimos oito anos da administração, mesmo porque todos participaram da gestão e como tal contribuíram com as coisas positivas”. Ele ainda frisou que estão ocorrendo “apropriações indevidas” na propaganda. “Coisas feitas por ele e que estão sendo atribuídas a outros”, diz, sinalizando questões que podem estar sendo exploradas, por exemplo, pelo programa do candidato do PT, Nelson Pelegrino.

Diante das avaliações negativas de ex-aliados, interlocutores do gestor lembram seu possível potencial eleitoral ao lembrarem que nas eleições para prefeito, o gestor saiu de “baixo” nas pesquisas para ganhar os pleitos, com forte influência da região do Subúrbio e Cajazeiras. Enquanto permanece em silêncio sobre qual candidato apoiar na eleição de 07 de outubro – fato que, conforme avaliações de bastidores, antecipadas pela Tribuna, deve acontecer no segundo turno

– João Henrique classifica como “equivocada” a tática dos candidatos de fazerem “jogo” com um possível apoio seu. Em sua interpretação, teria se estabelecido uma “estratégia equivocada sobre quem ele apoia ou não, tratando-se apenas de um jogo de marketing político”.

Afastado do processo, embora não tenha falado sobre o assunto, João Henrique dá combustível aos rumores de que não estaria alinhado com a aliança fechada pelo PP com o PT na capital baiana. Caciques do PP, partido que o alcaide preside na capital baiana, não escondem a falta de diálogo com o prefeito. O presidente do PP estadual, deputado federal Mário Negromonte, disse ontem que “não tem conversado” com o prefeito.

“Estou preocupado com a campanha de Nelson que vem crescendo, já apontando para o segundo turno, quando teremos a grande vitória”, disse, mandando recado para os partidários ao dizer que: “Espero que todos entrem de corpo e alma na campanha. Essa é a nossa orientação”. Vice-presidente do partido, João Leão disse ter mais de 90 dias que não se encontra com o alcaide.

Ex-chefe da Casa Civil da prefeitura, o deputado, porém, justifica as viagens ao interior como motivação para os desencontros. Líder do governo na Câmara de Vereadores, Téo Senna (PTC) vê com naturalidade o posicionamento de João Henrique. “O prefeito preferiu se calar. Se ele está apanhando de todos, vai fazer o que?”, questionou.

O vereador atribuiu as avaliações negativas dos candidatos a João ao fato de ele ter anunciado o intuito de se candidatar ao Palácio de Ondina em 2014. “Eu acho que ninguém joga pedra em adversário que não dá fruto. João é o fiel da balança, pois mantém 20% a 30% do eleitorado, como força da máquina e algumas ações. Quando ele se lança ao governo, muitos querem desmobilizar isso”.

Fonte tribunadabahia


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