Se o povo for pra rua protestar, João Bosco perde a governabilidade
“Governabilidade é a capacidade do governo de implementar suas políticas através de articulação entre partidos que formam maioria na base aliada. Envolve o atendimento ou troca de interesses políticos, de forma que o Executivo consiga apoio parlamentar na aprovação de projetos legislativos, dando em contraprestação, nesse jogo de poder, secretarias e cargos para seus aliados”.
No caso de Teixeira o prefeito dividiu o poder de forma tal que ficou com a caneta na mão sem tinta para governar. Ele comprometeu o governo ao entregar Secretarias estratégicas aos aliados com o objetivo de ganhar a eleição. Além disso, na Câmara de Vereadores a oposição elegeu 12 vereadores dos 19 que compõe o legislativo, por isso sequer teve condição de eleger o presidente da casa.
Diante desse quadro o prefeito se viu diante de uma condição adversa para governar. Na Câmara ele buscou o apoio dos vereadores distribuindo benesses, como aluguel de veículos e empregos para protegidos dos vereadores. Porém para exercer o poder de mando teve que ir retomando as secretarias. Como foram os casos das Secretarias de Educação, Finanças, Saúde, Infraestrutura e por último Bem Estar Social.
No caso da Educação foi indicação do vereador Ednaldo Rezende o único reeleito, pertencente ao PT; no caso de Finanças foi nomeado um indicado do deputado Josias Gomes e depois foi remanejado para a Educação, ocupando o cargo um indicado de Luis Caetano ex-prefeito de Camaçari. Já as secretarias de Saúde e Infraestrutura foram entregues ao ex-deputado Uldurico Pinto, que foram retomadas sem direito a indicar outros nomes. Já na Secretaria de Bem Estar Social foi entregue ao vice-prefeito Gilberto que substituiu por outro nome indicado por ele mesmo.
O prefeito começou perder a governabilidade ao romper a base de apoio quando indicou a vereadora Erlita Freitas para a Secretaria de Habitação com o objetivo de transforma-la em deputada, com isso perdeu um aliado importante o radialista Lucas Bocão que ficou liberado quando o prefeito rompeu com Uldurico Pinto. Com isso as rádios hoje vem fazendo um trabalho de desconstrução da imagem do prefeito e cobrando da Câmara de Vereadores uma posição mais fiscalizadora.
Aliados a esses fatores o prefeito gerou uma expectativa muito grande ao anunciar a aprovação dos recursos do PAC e até agora não saiu nada, como os recursos próprios estão sendo evadidos através de contratos milionários com empresas de fora, todos os serviços essenciais estão deixando a desejar. Depois de 15 meses de governo a tolerância da população chegou a zero, e junto com ela a Câmara começou a tomar posição diante do clamor popular.
A partir do mês de maio a campanha eleitoral começa aquecer e o prefeito está fragilizado, porque sua rejeição chegou a níveis insustentáveis. De agora em diante ele vai se transformar em vidraça, os adversários vão bater no prefeito porque rende votos. Por tudo isso, chegamos a conclusão que se o povo for pra rua protestar contra os desmandos administrativos, o prefeito poderá perder a governabilidade.
Por Dilvan Coelho/Foco no Poder