Colunistas

Teixeira de Freitas, a cidade que ao mesmo tempo em que cresce, continua regredindo

11/05/2015 - 19h31
Pensando com Coragem novo texto

Olá amigos, estamos de volta no nosso bate papo da semana. Nesta que comemoramos a semana das mães quero começar abraçando a todas, desejando muita felicidade e dizendo que continuarei torcendo por você onde quer que esteja.

Quero também parabenizar dona Rosália Mendes Silva, minha querida mãe, que tem dois motivos para receber meus parabéns, primeiro ela é um exemplo de mãe, depois está comemorando 71 anos de feliz existência, nesta segunda-feira, 11 de maio. Meus parabéns, velha guerreira!

Agora vamos à nossa coluna.

Teixeira de Freitas, a cidade que ao mesmo tempo em que cresce, continua regredindo

A cidade de Teixeira de Freitas completou no ultimo dia 9 de maio, 30 anos de emancipação política. Uma data importantíssima que merece todas as comemorações. Afinal, chegar aos 30 anos é símbolo de maturidade, algo muito raro no tempo atual.

Nossa querida Teixeira de Freitas aos poucos vai ficando madura. Já passou a época de criança, a época de adolescente, entrou na juventude e agora vive o ápice da juventude.

Uma cidade que desde o seu nascimento apresenta o vigor de quem nasceu para grandeza, mesmo não sendo bem tratada politicamente, nem pelos políticos daqui, tão pouco pelo governo do estado. Este deixa a cidade ao bel prazer, tendo que se virar com as próprias pernas para continuar crescendo.

Um dos pontos fortes de Teixeira de Freitas é força do seu comércio. O comércio de Teixeira de Freitas faz com que ela pulse por si só, gerando empregos e dividendos. E faz o dinheiro circular na cidade distribuindo oportunidades e fazendo o nosso povo realizar seus sonhos, pois acredita numa cidade como a nossa.

O comércio é um dos maiores geradores de emprego e renda de Teixeira de Freitas, chegando a movimentar milhões todos os meses.

Mas esse grande propulsor do sucesso de Teixeira de Freitas, que não conta com nenhuma grande indústria geradora de emprego, vem dando sinais de cansaço. Nos últimos tempos temos visto varias lojas do comércio local fecharem as suas portas, ou mudarem para outras cidades. Isso, graças à sobre carga de impostos que têm sido exigidos dos nossos comerciantes. Estes além de precisar comprar aquilo que vão comercializar, precisam honrar com a folha de pagamento, os custos com aluguel, transportes e outras despesas mais. E agora precisam conviver com a sobre carga de impostos que vem sendo ajustado de forma injusta pelo governo federal, estadual e sobre tudo o municipal.

O governo municipal vem sobrecarregando o comércio local, cobrando taxas de alvarás altíssimas, aumentando de forma exagerada o IPTU, deixando a desejar na questão da segurança, que apesar de não ser questão municipal, o município precisa se preocupar com isso e propor junto ao governo do estado e federal medidas que possam conter os avanços da violência.

Mas o que temos visto é o município é cruzar os braços. Enquanto, isso, nossa segurança que é o maior preço pago tanto pelo comércio, como pelos cidadãos do município, está cada vez mais escassa.

Recentemente, uma mudança proposta pelo governo do estado fez com que o 13º BPM deixasse de ser um batalhão de polícia, para ser um batalhão escola. Passamos a ser assistido por uma companhia de polícia. O governo divulga que na prática não muda nada, mas não é bem assim.

Só na composição do batalhão escola a 87ª companhia de polícia perdeu cerca de 40 militares para o batalhão escola. Esses mais de 40 militares deveriam estar nas ruas cuidando da segurança do município, mas foram deslocados para trabalhar, ou no setor administrativo, ou dando aula no batalhão escola.

Um prejuízo enorme para a segurança da cidade. A qual tem sido afetada todos os dias pela eminente falta de segurança, que aflige não só os cidadãos, mas todo o comércio local.

Ninguém tem gritado sobre isso. Parece que não temos força política e precisamos aceitar determinadas situações. Estamos resignados a perder aquilo que já foi nosso, desde o tempo em que não éramos cidade, apenas um povoado.

O batalhão de polícia sempre existiu em Teixeira de Freitas. Desde os tempos em que ainda não era cidade e o território pertencia a dois municípios Acabaça e Caravelas. Agora acabamos de perder o batalhão, mas já perdemos outras coisas.

O Ibama foi levado para Eunápolis, mesmo sendo aqui uma região de mata atlântica, onde o próprio governo instalou a Cipe-MA (Companhia de Ações Especiais da Mata Atlântica), nesta região, para cuidar de nossa mata. Mas permitiu que o Ibama, que é o órgão fiscalizador dos crimes contra o meio ambiente, saísse daqui e fosse para Eunápolis.

Nos próximos dias Teixeira de Freitas poderá ter uma nova perca. Circula nos bastidores a informação de que a DTE (Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes) será levada para Porto Seguro. Mesmo que a maioria dos crimes, que aqui acontecem, é atribuída à relação das vítimas com o tráfico de drogas. Se realmente é, eu não sei, mas pelo menos é isso que a polícia divulga, ainda no local do crime, deixando a maioria absoluta dos crimes sem o devido esclarecimento.

Agora eu pergunto: se a maioria dos crimes, aqui registrados, são relacionados ao tráfico de drogas como permitir que a delegacia de combate ao tráfico de drogas saia da cidade e vá para outro munícipio?

Teria nossos governantes interesses em que os crimes aqui registrados não sejam esclarecidos?

Ou seria apenas uma mera coincidência?

Porque Teixeira de Freitas cresce de forma populacional e regride nos órgãos que aqui tinham?

Será que mesmo sendo do partido da presidente e do governador da Bahia, o prefeito local não tem respaldo para reivindicar que estes órgãos continuem aqui?

Será que nossa classe política não observa que ao perder o Ibama, o 13º BPM e possivelmente a DTE, nosso município estará regredindo?

Espero que a sociedade reaja. Não podemos esperar apenas na classe política, pois os mesmos defendem mais seus interesses, do que os interesses locais.

Boa semana e até a próxima .

Jotta Mendes é radialista e repórter


Deixe seu comentário