Valdemar Costa Neto recebeu dinheiro do PT para pagar dívidas de campanha em 2012, admite advogado
O advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa admitiu nesta sexta-feira (10), durante a sustentação oral em defesa do deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), no julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), que o parlamentar recebeu dinheiro do PT para quitar despesas da campanha eleitoral de 2002. O deputado responde pelos crimes formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ao defender seu cliente do crime de corrupção passiva, Bessa afirmou que Costa Neto recebeu recursos na condição de presidente do partido, na época do PL, e não teria usado seu cargo público, de deputado, no esquema. O advogado ainda rebateu a acusação do Ministério Público Federal (MPF) de que o dinheiro era destinado a apoiar votações importantes do governo, e que o partido já integrava a base aliada do governo federal. “O PL fazia parte do governo. O vice-presidente José Alencar fazia parte dos quadros do PL”, disse. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirma, na denúncia, que Valdemar Costa Neto recebeu, nos anos de 2003 e 2004, a quantia de R$ 8,8 milhões para votar a favor de matérias de interesse do governo federal. O defensor do deputado explicou que o pagamento do acordo para campanha de 2002 não foi feito, e o PT, por meio do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, sugeriu que o PL pegasse um empréstimo a ser pago depois pelo Partido dos Trabalhadores. Segundo Bessa, em agosto e setembro de 2002, o PL tomou empréstimo no valor de R$ 5 milhões com Lúcio Funaro, da empresa Guaranhuns.