Itanhém

“Bebê de Itanhém” foi transferido para Itabuna e já tem nome

02/04/2020 - 15h50Por: Edelvânio Pinheiro/Água Preta News

O “bebê de Itanhém” – como ficou conhecida a criança que nasceu com um problema congênito em forma de uma ferida gigante que cobre as nádegas e quase toda a região lombar – foi transferido por volta das 23h40 desta quarta-feira, 1º de abril. Do Hospital Maria Moreira Lisboa ele seguiu para a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, onde funciona o Hospital e Maternidade Manoel Novais, a única unidade de saúde pública que tem Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal no Sul da Bahia.

Por sugestão de internautas que acompanharam a verdadeira “via crúcis” pela qual o bebê passou desde o último domingo, 29 de março, quando nasceu, para ser internado em um hospital, vai se chamar Valentim, que é nome de santo da Igreja Católica e significa: valente e forte.

Ele foi transferido por uma empresa que presta serviços ao governo do Estado e que é especializada no transporte de pacientes em urgência e emergência, com suporte avançado para atender casos como o do “bebê de Itanhém”.

Bem diferente do caos por que passou durante seus 3 dias de vida, dentro de uma incubadora com oxigênio e com todo o aparato hospitalar e do lado da mãe, Jaíne Alves da Silva, 19 anos, Valentim fez a sua primeira viagem na luta pela sobrevivência.

A mãe dele levou consigo o enxoval que a solidariedade do povo itanheense preparou de última hora e recebeu R$ 1.193 de doação que o grupo de WhatsApp “Itanhém pede socorro” conseguiu.

Antes de entrar na ambulância e chorar muito na saída, a mãe do bebê pediu que uma voluntária entregasse R$ 200 à mãe dela para comprar alimentos para o filho mais velho, que ficou no bairro Monte Santo com a avó e deu R$ 20 para uma amiga comprar um suco e um lanche para comer durante a viagem, porque estava com muita fome.

Quando crescer, Valentim certamente saberá quem foi Hebert Chagas, Eliete Pinheiro, Valéria Santos, Jéssica Moreira, Luzinete Ferrugine, Aline Lacerda, Raiane Batista, Mônica Lopes, Edileuza Oliveira, André Correia, Tiago Ramos e seus colegas da imprensa e muitos anônimos enviados por Deus, os quais, ao contrário daqueles que o jogaram à própria sorte, reviraram o mundo para lhe garantir o direito à vida.

A reportagem grafou o nome Valentim com a letra” M” em razão da originalidade do nome de São Valentim.

Edição: Bell Kojima


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